Jornal Estado de Minas

VIOLÊNCIA

Chacina no DF: 'Paguem pelo que fizeram', diz filho de cabeleireira morta

O filho mais velho da cabeleireira Elizamar da Silva, uma das mortas na chacina familiar no Distrito Federal, disse esperar que os assassinos da mãe e dos três irmãos, Rafael, Rafaela e Gabriel, de 6 e 7 anos, "paguem pelo que fizeram". Os corpos da mulher e seus três filhos pequenos foram encontrados carbonizados em um carro em Cristalina (GO).





Ivonilson da Silva Campos, 23, afirmou que ele e a irmã de 18 anos, também filha de Elizamar, estão "destruídos" pela morte dos familiares. Até o momento, três homens foram presos e um está foragido por ligação com o caso, que tem um total de dez vítimas, entre os já confirmados mortos e os desaparecidos. O papel de cada suspeito no crime ainda não foi oficialmente confirmado.


"Quero lembrar dela da melhor forma possível. Minha mãe era a pessoa que cuidou de mim, da melhor forma que ela pode, de mim e da minha irmã. Todo mundo gostava dela, ela era uma mulher querida por todo mundo. Quero justiça, que esses caras paguem pelo que fizeram com a minha mãe e com os meus irmãos, desejo tudo de pior para essas pessoas que fizeram isso com nossa família, não só a minha, mas a Gabriela, a Renata, o Marcos. Eu estou péssimo, todo mundo da família está destruído", diz Ivonilson da Silva Campos, filho de Elizamar.


O rapaz deu a declaração à imprensa na saída do funeral da mãe e dos irmãos, realizado nesta terça (23), às 14h, no Cemitério de Planaltina de Goiás. O irmão da cabeleireira divulgou a despedida nas redes sociais para desmontar tentativas de golpe, já que criminosos pediam dinheiro a conhecidos para uma suposta vaquinha destinada ao velório e sepultamento. 





MAIS TRÊS CORPOS SÃO ENCONTRADOS

Três corpos foram encontrados na madrugada desta quarta (24) em uma fossa em Planaltina (DF). As vítimas ainda não foram identificadas, mas a Polícia Civil confirma que eles pertencem a um homem e duas mulheres, sendo uma delas mais jovem - o que reforça a suspeita de ligação com a chacina, uma vez que estes são os mesmos perfis das três vítimas ainda consideradas desaparecidas: Thiago Belchior, marido de Elizamar; Claudia Marques de Oliveira, ex-mulher do sogro de Elizamar; e Ana Beatriz Marques de Oliveira, filha de Claudia e meia-irmã de Thiago.


Com a descoberta, dez corpos já foram encontrados durante a investigação da chacina, apesar de apenas cinco terem sido oficialmente identificados. Além de Elizamar e seus filhos, o sogro da mulher, Marcos Antônio Lopes de Oliveira, que chegou a ser apontado como um dos possíveis mandates do crime, também já foi confirmado entre os mortos.


Outros dois corpos, encontrados em um segundo veículo carbonizado em Unaí (MG), tem perfil compatível com o de Renata Juliene Belchior, sogra de Elizamar, e Gabriela Belchior, cunhada da cabeleireira, mas ainda não houve identificação oficial.





 

QUEM É QUEM NO CASO 

ENTENDA O CASO

Primeira desaparecida reportada, a cabeleireira Elizamar da Silva, 39, foi vista pela última vez em 12 de janeiro. Ela teria ido até a casa dos sogros em Itapoã (DF) buscar o marido, mas sumiu após a visita, acompanhada dos filhos do casal.Na sexta (13), um carro semelhante ao dela foi encontrado carbonizado em Cristalina (GO), com quatro corpos. No dia seguinte, outro veículo, com dois corpos femininos, foi encontrado carbonizado em Unaí (MG).


No dia 17, dois homens foram presos por ligação com o caso. Eles apontaram que os corpos carbonizados de Unaí, ainda não identificados oficialmente, seriam de Renata e Gabriela. Um terceiro suspeito, que teria vigiado o cativeiro da família também foi detido. Um quarto suspeito, Carlomam dos Santos Nogueira, 26, está foragido.


A polícia trabalhava com a hipótese de que Marcos e Thiago seriam mandantes do crime. No dia seguinte, o corpo do sogro de Elizamar foi encontrado no mesmo cativeiro em que as mulheres passaram, levando a questionamentos sobre a versão.

No cativeiro em que passaram algumas das vítimas, foram encontrados cadernos com dados bancários, senhas e informações sobre cada uma das vítimas do crime, incluindo um bilhete para Thiago Belchior, que a investigação acredita que tenha sido usado para atrai-lo a uma emboscada.