A Polícia Civil realizou uma operação de busca e apreensão no apartamento de Alicia Dudy Müller Veiga, 25, na Vila Mariana, na zona sul de São Paulo, na manhã desta terça-feira (24).
Ela foi indiciada sob suspeita de apropriação indébita, cuja pena máxima é de reclusão de quatro anos, após admitir ter desviado quase R$ 1 milhão do fundo da formatura de medicina dos alunos da Faculdade de Medicina da USP.
Na semana passada, ela afirmou em depoimento à polícia ter usado parte do dinheiro para fins pessoais, como aluguel de um carro e aparelhos eletrônicos. Nesta terça, a polícia apreendeu o carro, um Volkswagen Nivus, que ela alugava desde março do ano passado pelo valor de R$ 2.000.
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Nesta manhã, uma amiga de Alicia foi ouvida na delegacia, mas a polícia afirma que até o momento não há nenhum indício de que alguém tenha auxiliado Alicia a realizar os desvios de dinheiro. "No depoimento, a amiga disse que conhecia a Alicia, mas que a jovem é muito fechada, e desconhecia os desvios de dinheiro", afirmou a delegada.
Em depoimento, ela afirma que notou a mudança no padrão de vida de Alicia, mas como não sabia a renda mensal da jovem achava que era resultado do trabalho.
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De acordo com as investigações, ao menos nove transferências foram feitas do fundo da formatura para três contas pessoais de Alicia, a pedido da estudante, que era presidente da comissão de formatura.
Após investigação do Procon, a empresa organizadora da festa disse ao órgão que se compromete em absorver o prejuízo de R$ 920 mil dos estudantes de medicina da USP e realizar o evento sem custo extra para os formandos.
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A delegada disse ainda que, independentemente de a festa ser bancada pela empresa, a investigação segue em relação a todos. "Isso não necessariamente é um indício de que a empresa teve culpa nesse desvio", disse Zuleika.
Para a delegada, o episódio de Alicia pode servir de alerta para todos os jovens que estão em fase de formatura para se atentarem a todos os contratos a serem realizados com as empresas responsáveis pelas festas.
Após a quebra de sigilo bancário, a polícia notou que o padrão de vida de Alicia mudou no ano passado. Em 2021, ela tinha gastos no cartão de crédito em torno de R$ 2.000, que pularam para R$ 7.000.
Os investigadores estão na reta final para concluir o inquérito e submetê-lo ao Ministério Público de São Paulo. Até lá, outras pessoas ainda devem prestar depoimento, como a atual presidente da comissão de formatura de medicina da USP.
Além de apropriação indébita, ela também é investigada por suspeita de estelionato e lavagem de dinheiro pela polícia de São Bernardo do Campo (Grande SP). Essa investigação teve início após ela tentar apostar, sem pagar, um total de R$ 891 mil em bilhetes da Lotofácil.