Após a confirmação de que os dois corpos encontrados carbonizados dentro de um Siena em Unaí (MG) pertenciam a Renata e Gabriela Belchior, sogra e cunhada da cabelereira Elizamar, respectivamente, os peritos detalharam como se ocorreu o processo de identificação das duas.
Em coletiva de imprensa realizada nesta terça-feira (24/1), peritos da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) afirmaram que, como já existiam dados de Marcos Antônio, sogro de Elizamar e marido e pai das vítimas, a identificação das vítimas foi mais tranquila.
Leia Mais
Chacina no DF: corpo encontrado é o do sogro de Elizamar da SilvaChacina do DF: Bombeiros usam cães farejadores em busca por desaparecidosChacina no DF: depois do uso de cães, buscas no cativeiro são encerradasChacina de família no DF: dez dias depois do crime, mistério continuaChacina no DF: 4º suspeito atuava de dentro do presídio para o PCCMinas Gerais possui o maior banco de perfis genéticos do paísEles explicaram que a informação do setor de antropologia de que se tratava de um corpo de uma pessoa mais velha e de outra mais nova foi fundamental para a identificação de Renata e Gabriela. "Isso possibilitou fazer esse confronto de maternidade. Então, tínhamos algumas hipóteses como o corpo da mulher mais velha ser da mãe, com isso realizamos cálculos estatísticos para fazer esse resultado", afirmou o perito criminal Giovanni Vitral.
O perito explica ainda que os dados genéticos de Marcos já estavam disponíveis, por já ter sido identificado, e que, por isso eles, conseguiram ligar Marcos a paternidade do corpo mais jovem, assim como o do corpo feminino mais velho ao corpo mais jovem, identificando as duas.
Marcos foi encontrado decapitado em uma casa em Planaltina. Segundo as investigações, Renata e Gabriela foram mantidas em cárcere no local por mais de 24 horas. A polícia tenta entender a linha do tempo para explicar como ambas foram encontradas apenas em Minas Gerais.
Como os corpos foram carbonizados, a médica legista detalhou como conseguiram confirmar que se tratava de mãe e filha. "O material é carbonizado por fora e por dentro do corpo, mas algumas áreas internas ainda permanecem identificáveis e viáveis. Então, haviam músculos, haviam tendões e são essas partes que são retiráveis que são encaminhadas para o exame de DNA para que seja feito o confronto", explicou.
Além disso, Naray explicou que quando os corpos chegaram ao Instituto Médico Legal (IML) a primeira parte do exame de antropologia é passar os cadáveres pelo raio-x e pela tomografia. "Nestes exames não foram encontrados nenhum material metálico e nenhum indício de que houvesse outro tipo de lesão que não a carbonização", pontuou.
Outro ponto que facilitou a constatação de que se tratavam de duas mulheres foi o fato de que os úteros e ovários das duas não foram comprometidos na carbonização.