A diferença, de R$ 6,6 bilhões, foi aferida pela equipe, que fez um pente fino na lista de dívidas e credores apresentada pelo próprio grupo Americanas.
Em resposta ao questionamento, o grupo Americanas disse que os R$ 6,6 bilhões a mais se devem ao valor total de debêntures nas quais a Americanas S.A é devedora das empresas JSM Global e B2W Digital Lux, que integram o grupo Americanas e também estão sob recuperação judicial.
"As debêntures foram emitidas intragrupo apenas para criar um canal de transferência de recursos da Americanas S/A para as recuperandas estrangeiras, visando ao pagamento dos Bonds (as debêntures "espelham" os bonds). Ao considerar o endividamento consolidado das recuperandas, esse valor deve ser expurgado, sob pena de duplicidade. Há apenas uma dívida, decorrente da emissão dos bonds, e um canal intragrupo para remessa de recursos para o pagamento daquela dívida", disse o grupo Americanas", justificou o grupo, de acordo com a petição.
Justiça
A equipe de administração judicial pediu à Justiça que forneça uma lista completa de processos relacionados à dívidas que envolvam o grupo Americanas, tanto na esfera civil quanto trabalhista.
A administração judicial, formada pelo escritórios Zveiter e Preserva Ação, também enviou ofícios à CVM (Comissão de Valores Mobiliários), ao Conselho Federal de Contabilidade e a outras entidades para marcar reuniões de apresentação sobre a situação da Americanas.
"É estarrecedor como a cada momento o rombo é aprofundado e os valores envolvidos aumentam. De R$ 20 bilhões, passou-se para R$ 43 bilhões quando do pedido de recuperação, e, agora, o administrador judicial destaca o valor de R$ 48 bilhões", disse Gabriel de Britto Silva, diretor jurídico do Ibraci (Instituto Brasileiro de Cidadania), que entrou na Justiça pedindo compensação aos investidores das Americanas.
"Os valores envolvidos mostram-se sem precedentes e dificilmente se mostrará viável um desfecho exitoso para a recuperação judicial", considera o advogado.