O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), órgão do governo federal, afirmou que tanto o governo de São Paulo quanto a prefeitura de São Sebastião foram avisados, com dois dias de antecedência, sobre o risco de desastre na cidade em razão de fortes temporais. O alerta citava a Vila do Sahy, onde mais de 30 pessoas morreram.
Moradores relatam, contudo, que não foram alertados pela Defesa Civil e que não houve nenhum pedido para que deixassem suas casas mesmo diante do perigo de deslizamento. O Cemaden opera sem interrupção, monitorando, em todo o território nacional, as áreas de risco dos municípios classificados como vulneráveis a desastres naturais.
O papel do centro de monitoramento é acompanhar os índices meteorológicos e geológicos de movimentação de terra para, com base nisso, emitir alertas para que os órgãos de prevenção atuem nas áreas.
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Áreas de risco
A Justiça de Caraguatatuba concedeu nesta quarta-feira (22/2) uma liminar (decisão provisória) que permite a remoção compulsória de pessoas que vivem em áreas de risco em São Sebastião. O pedido foi feito pela Procuradoria-Geral do Estado de São Paulo e pelo município da cidade.
O governo de São Paulo disse em nota que a medida judicial tem "caráter preventivo e provisório, devendo cessar tão logo a situação climática esteja favorável”. Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, havia comunicado ontem que o governo estadual já havia entrado com o pedido na justiça.
"Ontem (terça) à noite nós ingressamos com uma ação na Justiça (...) para fazer, em último caso, a remoção contra a vontade das pessoas que estão em residência em áreas de risco", afirmou o governador.
*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro