Os bombeiros, voluntários e militares encontraram neste domingo o corpo da 65ª vítima do temporal que assolou o litoral norte de São Paulo nos dias 18 e 19 de fevereiro. Era a última pessoa considerada desaparecida que restava na área e, ao menos por enquanto, as buscas na Barra do Sahy, em São Sebastião, foram encerradas.
O grupo de resgatistas passou sete dias cavando na lama, que destruiu casas e invadiu ruas após a chuva histórica.
Segundo os bombeiros que atuam na região, buscas também foram encerradas no Juquehy, mas continuam na região da Baleia Verde –onde um corpo ainda é procurado.
A Prefeitura de São Sebastião afirmou que está fazendo, agora, uma busca ativa. Significa que pegaram todos os boletins de ocorrência de desaparecidos feitos após a tragédia e estão tentando descobrir se essas pessoas foram encontradas ou se estão em algum abrigo.
Dos mortos, 64 foram encontrados no Sahy e um em Ubatuba. Os trabalhos de identificação já conseguiram liberar 57 vítimas para o sepultamento. São 21 homens adultos, 17 mulheres adultas e 19 crianças.
A estrutura no Sahy deve continuar ativa por algum tempo, para o caso de surgirem novos relatos de desaparecidos. O último corpo encontrado, 65º, era de uma mulher.
Pelo último balanço do governo do Estado, há cerca de 2.200 pessoas desalojados e desabrigadas.
A busca pelos desaparecidos, que havia sido paralisada na sexta por conta das chuvas, foi retomada no fim de semana.
Na chamada zona quente, local mais atingido pelo deslizamento de terras, funcionários da Anatel auxiliaram na procura pelos corpos usando dispositivos que detectam sinal de celulares. A expectativa é que onde existe o sinal de celular ou de outros aparelhos eletrônicos haja corpos por perto.
Segundo funcionários, três corpos foram encontrados devido ao uso desse mecanismo, inclusive um neste sábado.
Na quinta-feira (23), vítimas das chuvas começaram a receber acolhimento terapêutico de profissionais da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social. Os atendimentos acontecem em nove pontos que estão servindo de abrigo para os atingidos, em locais como Vila Sahy, Boiçucanga e Juquehy.
Os serviços vão desde acolhimento no luto e cadastramento para receber benefícios sociais até suporte no reconhecimento de corpos e atividades de recreação para crianças. Até agora, segundo o governo estadual, já foram feitos 1.000 atendimentos.
Em meio aos desafios do atendimento à tragédia, outro problema se apresentou. Médicos e a população local notaram casos de gastroenterite. O contato com a lama do temporal pode ter sido o responsável pela alta.
Ocorrências de infecção gastrointestinal nesta época do ano são comuns, afirmam médicos. Ela pode ser causada por vírus, parasitas ou bactérias e costumam ser encontradas em água contaminada e alimentos mal lavados ou mal armazenados.
No litoral norte, casos de gastroenterite foram responsáveis por 20% dos atendimentos em hospitais. Após as tragédias, o índice subiu para 30%. Juan Lambert, diretor da UPA de São Sebastião, diz que na sexta-feira (24) já houve redução nas ocorrências.
Um posto médico foi montado dentro de uma escola municipal na Barra do Sahy, onde está parte dos desabrigados e desalojados. Ali, a equipe médica afirma que entre as 25 consultas que foram realizadas neste domingo (26), 4 são de gastroenterite.
O restante se divide entre dermatite, lesões leves e controle de doenças que os pacientes já tratavam antes das enchentes.Prais da Baleia
Na praia da Barra do Sahy, placas do Corpo de Bombeiros, a água barrenta e alguns galhos denunciam que o local foi acometido por fortes chuvas. Porém, o local, não tem tantas marcas da tragédia quanto a praia da Baleia.
Localizada a menos de 3 km da praia do Sahy, a Baleia é conhecida pela concentração de casas de veraneio luxuosas e condomínios de alto padrão ainda em construção.
Na praia, troncos de árvores agora compõem o cenário do local, assim como sujeira localizada na beira do mar. Uma turista, que alugou a casa para passar a semana do Carnaval e prefere não ser identificada, era uma das poucas pessoas que tomava sol no local.
De maiô, saída de banho e viseira, ela comentava como o local se assemelha agora com um "cenário de guerra".
Alguns que andam pela praia de bicicleta precisam desviar dos troncos e detritos. Outros poucos se arriscavam a surfavar.
O Governo de São Paulo orienta turistas a não viajarem para as áreas do litoral afetadas pelas chuvas. O objetivo é evitar sobrecarregar o atendimento em hospitais, o trânsito nas estradas e o abastecimento de água e de alimentos na região.
Segundo a Polícia Militar, as rodovias da região precisam estar desobstruídas para que veículos de socorro e de resgate possam circular livremente. A PM orienta também que doações sejam feitas em postos que não estejam localizados nos municípios atingidos.
O grupo de resgatistas passou sete dias cavando na lama, que destruiu casas e invadiu ruas após a chuva histórica.
Segundo os bombeiros que atuam na região, buscas também foram encerradas no Juquehy, mas continuam na região da Baleia Verde –onde um corpo ainda é procurado.
A Prefeitura de São Sebastião afirmou que está fazendo, agora, uma busca ativa. Significa que pegaram todos os boletins de ocorrência de desaparecidos feitos após a tragédia e estão tentando descobrir se essas pessoas foram encontradas ou se estão em algum abrigo.
Dos mortos, 64 foram encontrados no Sahy e um em Ubatuba. Os trabalhos de identificação já conseguiram liberar 57 vítimas para o sepultamento. São 21 homens adultos, 17 mulheres adultas e 19 crianças.
A estrutura no Sahy deve continuar ativa por algum tempo, para o caso de surgirem novos relatos de desaparecidos. O último corpo encontrado, 65º, era de uma mulher.
Pelo último balanço do governo do Estado, há cerca de 2.200 pessoas desalojados e desabrigadas.
A busca pelos desaparecidos, que havia sido paralisada na sexta por conta das chuvas, foi retomada no fim de semana.
Na chamada zona quente, local mais atingido pelo deslizamento de terras, funcionários da Anatel auxiliaram na procura pelos corpos usando dispositivos que detectam sinal de celulares. A expectativa é que onde existe o sinal de celular ou de outros aparelhos eletrônicos haja corpos por perto.
Segundo funcionários, três corpos foram encontrados devido ao uso desse mecanismo, inclusive um neste sábado.
Na quinta-feira (23), vítimas das chuvas começaram a receber acolhimento terapêutico de profissionais da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social. Os atendimentos acontecem em nove pontos que estão servindo de abrigo para os atingidos, em locais como Vila Sahy, Boiçucanga e Juquehy.
Os serviços vão desde acolhimento no luto e cadastramento para receber benefícios sociais até suporte no reconhecimento de corpos e atividades de recreação para crianças. Até agora, segundo o governo estadual, já foram feitos 1.000 atendimentos.
Em meio aos desafios do atendimento à tragédia, outro problema se apresentou. Médicos e a população local notaram casos de gastroenterite. O contato com a lama do temporal pode ter sido o responsável pela alta.
Ocorrências de infecção gastrointestinal nesta época do ano são comuns, afirmam médicos. Ela pode ser causada por vírus, parasitas ou bactérias e costumam ser encontradas em água contaminada e alimentos mal lavados ou mal armazenados.
No litoral norte, casos de gastroenterite foram responsáveis por 20% dos atendimentos em hospitais. Após as tragédias, o índice subiu para 30%. Juan Lambert, diretor da UPA de São Sebastião, diz que na sexta-feira (24) já houve redução nas ocorrências.
Um posto médico foi montado dentro de uma escola municipal na Barra do Sahy, onde está parte dos desabrigados e desalojados. Ali, a equipe médica afirma que entre as 25 consultas que foram realizadas neste domingo (26), 4 são de gastroenterite.
O restante se divide entre dermatite, lesões leves e controle de doenças que os pacientes já tratavam antes das enchentes.
Prais da Baleia
Na praia da Barra do Sahy, placas do Corpo de Bombeiros, a água barrenta e alguns galhos denunciam que o local foi acometido por fortes chuvas. Porém, o local, não tem tantas marcas da tragédia quanto a praia da Baleia.Localizada a menos de 3 km da praia do Sahy, a Baleia é conhecida pela concentração de casas de veraneio luxuosas e condomínios de alto padrão ainda em construção.
Na praia, troncos de árvores agora compõem o cenário do local, assim como sujeira localizada na beira do mar. Uma turista, que alugou a casa para passar a semana do Carnaval e prefere não ser identificada, era uma das poucas pessoas que tomava sol no local.
De maiô, saída de banho e viseira, ela comentava como o local se assemelha agora com um "cenário de guerra".
Alguns que andam pela praia de bicicleta precisam desviar dos troncos e detritos. Outros poucos se arriscavam a surfavar.
O Governo de São Paulo orienta turistas a não viajarem para as áreas do litoral afetadas pelas chuvas. O objetivo é evitar sobrecarregar o atendimento em hospitais, o trânsito nas estradas e o abastecimento de água e de alimentos na região.
Segundo a Polícia Militar, as rodovias da região precisam estar desobstruídas para que veículos de socorro e de resgate possam circular livremente. A PM orienta também que doações sejam feitas em postos que não estejam localizados nos municípios atingidos.