Uma menina de apenas 2 anos morreu ao sofrer uma série de torturas dentro da própria casa, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. De acordo com a polícia, a criança passou por uma sequência de maus-tratos. As informações são do portal G1.
Após uma denúncia feita por uma médica, o pai e a madrasta de Quenia Gabriela Oliveira Matos de Lima foram presos em flagrante nessa quinta-feira (9/3). A dupla negou as acusações. Marcos Vinicius Lino afirmou que o caso se trata de um "erro", e Patrícia André Ribeiro disse que a enteada se machucou após uma queda.
Márcia Helena Julião, delegada titular da 43ª Delegacia de Polícia, informou que a criança apresentava 59 lesões pelo corpo, incluindo na cabeça, na orelha, no tórax e nas pernas. Ela também informou que, durante depoimento, o pai disse que Quenia não se alimentava há três dias.
De acordo com o G1, a denúncia foi feita por uma médica de uma clínica da família situada em Guaratiba. A profissional da saúde procurou a delegacia após ver o estado de saúde da criança, quando foi levada na unidade pelo pai.
A médica ainda informou que Quenia havia morrido ao menos uma hora antes de ser levada pelo pai à clínica. No depoimento à polícia, ela contou que a causa da morte foi "grave agressão física e provável abuso sexual". A médica destacou uma queimadura no umbigo e uma fissura no ânus da criança.
A profissional também lembrou que Quenia já tinha sido atendida na clínica em novembro do ano passado, com um corte de 5 cm no couro cabeludo. Após a denúncia, policiais foram até a clínica e deram voz de prisão ao pai e a madrasta da menina.
Pagamento de pensão
Ao G1, Marcos disse que cuidava de Quenia desde quando ela tinha 3 meses de vida. A mãe da menina pediu pensão, mas Marcos se negou a pagar. Diante disso, ambos concordaram que a guarda da criança ficaria com o pai.
O homem ainda chegou a deixar a filha em uma creche, mas a direção entrou em contato para questionar as lesões no corpo da criança. Em resposta, Marcos apenas disse que Quenia tinha caído. A responsável pela creche se negou a receber a menina enquanto ela não fosse levada à um médico.
Em depoimento, Marcos afirmou que "acredita que a lesão no ânus seja da força que fez soprando a boca da criança para tentar fazê-la voltar a respirar". Quanto as marcas pelo corpo, o casal não soube explicar como aconteceram.