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"Mais uma mentira que o assassino do meu irmão contou foi desmascarada. Ele afirmou que pegou carne humana na nossa geladeira", disse, em um post em rede social, Kamila Lopes, irmã de Alan. "A perícia nos informou que todas as carnes foram analisadas e são de origem animal".
Begoleã foi detido no aeroporto de Lisboa, em 27 de fevereiro, quando tentava embarcar para o Brasil usando um documento italiano falso. Em sua bagagem, as autoridades portuguesas encontraram roupas com vestígios de sangue e uma embalagem contendo pedaços de carne. A Polícia Judiciária lusa ainda não divulgou o resultado da perícia no material apreendido, mas a carne transportada teria sido retirada casa da vítima.
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Em mensagem de voz enviada a amigos pouco após o crime, Begoleã confessou o assassinato, mas alegou legítima defesa. Sem apresentar provas, o jovem afirmou que Lopes havia tentado atacá-lo após convidá-lo para comer carne de uma pessoa que ele teria matado.
"Ele [Alan] pegou um marroquino, decepou o cara dentro do açougue, igual a um porco. Ele me mostrou o vídeo. Ele me chamou lá na casa dele para eu comer um pedaço da carne do cara. Aí, na hora que ele tentou me pegar, mano, eu tava com uma faca. Eu fui reagir e passei ele, tá ligado?", disse Begoleã no áudio, divulgado pelo Fantástico. A família da vítima nega que Alan tivesse acesso às instalações do açougue sem a presença do patrão.
Em entrevista à TV Globo, a família de Begoleã afirmou que ele fez uma chamada de vídeo logo após o assassinato, onde também relatou que agiu em legítima defesa. Os familiares admitem que orientaram o jovem a fugir do país. Begoleã e Alan se conheciam havia cerca de dois anos e eram amigos.
Natural de Matipó, no interior de Minas Gerais, Begoleã Fernandes abandonou a faculdade de odontologia para tentar uma carreira como lutador na Holanda. Em situação migratória irregular e sem trabalho fixo, ele fazia alguns trabalhos esporádicos como entregador em um aplicativo.
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Alan, que nasceu no Distrito Federal mas vivia com a mãe e duas irmãs na Holanda havia sete anos, costumava ajudar Begoleã, emprestando dinheiro e permitindo que ele pernoitasse em seu apartamento, o mesmo onde ocorreu o crime.
Pessoas que conviveram com o suspeito relatam que ele apresentava comportamento paranoico pelo menos nas duas semanas que antecederam o crime. Begoleã está em prisão preventiva na capital portuguesa enquanto aguarda a extradição para a Holanda.