O Painel de Dados da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos (ONDH) registrou, de janeiro a março deste ano, mais de 121,5 mil denúncias sobre violações das regras de reconhecimento e proteção da dignidade humana. Somente no último mês analisado, foram mais de 40 mil. No trimestre, São Paulo é o estado que teve a maior quantidade de notificações disparadas, com 32.236 ocorrências, enquanto Minas Gerais ficou em terceiro lugar com 13.074.
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Todos os tipos de violência contra a mulher aumentaram em 2022Justiça proíbe Titi Müller de falar sobre ex e internet aponta violências Humorista Juliano Gaspar é acusado de violência doméstica contra a esposaMorador viraliza ao mostrar problemas de cidade em vídeos divertidosEm todas as regiões, as maiores vítimas foram as mulheres, alcançando mais de 60% das denúncias gerais. As idosas são o grupo que mais aparece nos perfis de denunciantes. Na faixa etária de 80 a 84 anos, o painel contabilizou 40.905 violações e 5.333 denúncias. Na sequência, está o intervalo de idade entre 70 e 79 anos, com pouco mais de 11 mil denúncias.
Entre os agressores, o perfil indica que 27.859 denúncias são referentes à mãe, seguidas dos filhos com 20.536 registros. Em outro detalhamento sobre a profissão dos autores das ações, os números demonstram possíveis locais onde mais acontecem as violações.
Entre os cenários em que mais ocorrem as violações está, em primeiro lugar, a casa onde vivem a vítima e o suspeito (57.416 das denúncias) e depois a casa da própria pessoa violentada (36.352 casos). Além disso, quase três mil situações também mostram o ambiente virtual como um local propício. Entre os tipos de ocorrência, o da integridade está em 118.357 casos, seguidos da liberdade em 19.637.
Mais de 2 mil denúncias mostram que pedreiros, serventes de obra, pintores, eletricistas ou profissionais da construção civil foram os autores de violações. Em mais de 1.700 casos, os agressores foram motoristas de aplicativos, ônibus, caminhão e outros meios de transportes.
As violações cometidas contra pessoas que se intitulam LGBTQIA+ ocorrem em maior grau com lésbicas, o que segue a tendência de violência contra as mulheres. Foram 306 denúncias e 2.514 tipos diferentes de atentado.
"Agora, de forma aberta, é possível acessar os perfis das vítimas e dos suspeitos, tipos de demandas e fazer a análise das denúncias com uma visão gerencial dos dados que são demandados à Ouvidoria”, observou Sidnei Costa, coordenador-geral do Disque Direitos Humanos.
Apesar de o painel revelar mais detalhes sobre os perfis e quantidades de violações cometidas, há alguns subperfis que os dados ainda não contemplam, como grau de instrução ou faixa de renda. O coordenador aponta que a ferramenta é nova e a população precisa utilizá-la da forma mais completa possível.
“É preciso que toda a sociedade denuncie violações de direitos humanos para que vidas sejam salvas e o Poder Público tenha dados que orientem as ações. A nova periodicidade e a opção referente ao SIC trazem mais transparência a este processo no qual queremos a participação ativa de todas as pessoas, tanto denunciando violações como atuando no desenvolvimento e promoção de políticas públicas”, ressaltou.