Há 15 anos, em 20 de abril de 2008, o aventureiro padre Adelir de Carli embarcava em uma aventura. A bordo de mil balões de gás hélio, o religioso pretendia voar de Paranaguá, no Paraná, até Dourados, no Mato Grosso do Sul. Mas o voo acabou de forma trágica.
O "padre do balão" desapareceu e seus restos mortais foram encontrados cerca de três meses depois, no mar do Rio de Janeiro. Mais de uma década depois, o caso virou meme e um "marco" na cultura pop brasileira. Relembre a história:
Leia: Brasileiros descobrem torneio de Candy Crush e final viraliza no Twitter
‘Padre do balão’ era paraquedista
Leia Mais
'Pai' de capivara pet é multado em R$ 17 mil pelo IbamaBrasileiros descobrem torneio de Candy Crush e final viraliza no TwitterInvasão de aranhas expulsa casal de chalé românticoJovem tem celular roubado e aparelho vai parar na ChinaGringos descobrem 'Padre do balão' e se chocam com piadas sobre o casoMulher usa o mesmo brinco por 15 anos e sujeira impressiona; veja o vídeo Explosão em Campos do Jordão deixa saldo de, pelo menos, 4 feridosNostalgia: papelaria viraliza com material escolar dos anos 90O religioso era um paraquedista experiente e ficou conhecido tanto pelas suas aventuras nos esportes radicais quanto no seu trabalho em prol dos direitos humanos. Tanto que, em 2006, ele denunciou violências contra pessoas em situação de rua em Paranaguá, que eram torturadas por agentes da segurança pública.
Adelir tinha o sonho de quebrar o recorde de horas de voo com balões de gás hélio, apesar de nunca ter feito esse tipo de aventura. Na época, o título pertencia a dois americanos que passaram 19 horas no ar. O padre, que já havia realizado outras aventuras arriscadas para chamar a atenção para a causa dos caminhoneiros, resolveu unir seu trabalho social com seu sonho. Ele se propôs a passar 20 horas no ar a bordo de mil balões de gás hélio para arrecadar dinheiro para financiar as obras de uma espécie de hotel para caminhoneiros, um espaço de descanso para motoristas que passavam pela cidade.
Leia: Piloto aciona paraquedas de avião e salva passageiros
O voo
Para planejar o voo, o padre contou com a ajuda de dois pilotos de balão, mas acabou decidindo ir sozinho na viagem. Com uma roupa de astronauta feita com papel alumínio, um celular, um GPS e um paraquedas, ele deu início à jornada.
Mas, logo após o início do sonho veio o pesadelo. O religioso foi levado pelo vento em direção ao mar e, em vez de seguir para o Mato Grosso do Sul, ele chegou a sobrevoar o litoral sul do Paraná. Em seguida, Adelir desapareceu. O padre até tentou usar o paraquedas, mas o equipamento não funcionou.
Dado como desaparecido, começou uma operação de busca pelo padre, mas seus restos mortais foram encontrados apenas três meses depois, na costa do Rio de Janeiro.
A família do padre processou a empresa de balões que teria fornecido o equipamento utilizado na viagem. Em 2011, a Justiça de Santa Catarina condenou a empresa a pagar uma indenização de R$ 500 mil à família do padre. A empresa recorreu da decisão, mas o recurso foi negado pelo Tribunal de Justiça de Santa Catarina em 2015.
Tragédia virou meme
Após 15 anos da tragédia, a história do Padre do balão virou meme e o religioso virou um personagem do imaginário brasileiro. As piadas começaram ainda em 2008, quando, nos primórdios do YouTube, foram feitos vídeos caseiros com narrações engraçadas. Nas imagens, o padre aparece voando com a bicicleta do filme ET, sobrevoando a Torre Eiffel e até a bordo do Titanic.
O programa Pânico na TV, da RedeTV, chegou a lançar um desafio para a apresentadora Sabrina Sato, em que ela deveria fazer um voo em balões de gás hélio. Ainda em 2008, o padre Adelir foi candidato ao prêmio Darwin Awards, que “premia” pessoas que se machucam por motivos fúteis. A instituição chegou a reconhecer o esforço do religioso em prol da causa social.
Ao longo dos anos, as pessoas passaram a associar o ‘Padre do balão’ com uma pessoa inconsequente e que toma decisões ruins. Ele até é citado na música ‘Balada louca’, da dupla Munhoz e Mariano. A letra cita um “DJ mais louco que o Padre do balão”.