Alessandra dos Santos Silva, de 35 anos, passista da escola de samba Grande Rio, diz ter tido o braço amputado após uma cirurgia para a retirada de um mioma no útero.
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Parte do braço esquerdo dela foi amputada. Até hoje, a família não recebeu uma explicação do motivo. "Só lembro de acordar sem o braço", disse ela em entrevista ao jornal "Bom Dia Rio", da Globo.
"Eu já estava fazendo todos os procedimentos para poder me cuidar lá . Antes de operar, eu fiz todo o risco cirúrgico e todos os exames foram feitos lá", explicou.
Ela precisou fazer outro procedimento. Alessandra conta que precisou voltar para o centro cirúrgico para uma histerectomia total, ou seja, a retirada completa do útero. Ela ficou entubada depois da segunda cirurgia.
Alessandra chegou a ser transferida para outro hospital. Ela foi ao Instituto Estadual de Cardiologia Aloysio de Castro (Iecac), em Botafogo, três dias depois da primeira cirurgia, e foi lá que a família soube o real estado de saúde dela. "Eu estava vendo que a minha filha não iria sair dali viva", disse mãe da passista, Ana Maria dos Santos.
A equipe médica disse que o braço precisava ser amputado. A mãe explica que o cirurgião lhe informou que o órgão já estava começando a necrosar e, por isso, precisava ser retirado.
O estado de saúde piorou. Depois que a família autorizou a amputação, as condições de Alessandra começaram a se agravar. Ela estava com o rim e fígados quase parando, e correndo risco de contrair uma infecção generalizada.
Ela precisou passar por outros cinco hospitais. A passista conseguiu uma vaga no Hospital Municipal Souza Aguiar, onde conseguiu se recuperar. Ela teve alta apenas no dia 4 de abril.
A família registrou um Boletim de Ocorrência. Segundo Bianca Kald, advogada de Alessandra, familiares já entraram com pedido para ter acesso aos prontuários médicos. Ela pretende entrar com uma ação contra o Estado do Rio de Janeiro.
"Eu quero que o hospital se responsabilize porque eles conseguiram acabar com a minha vida" Alessandra dos Santos Silva
Segundo a Globo, a Secretaria Estadual de Saúde pretende abrir uma sindicância para a apuração do que aconteceu no Hospital da Mulher Heloneida Studart, onde a primeira cirurgia foi feita.
A Polícia Civil informou que o caso foi registrado na 64ª DP (São João de Meriti), e os laudos médicos foram requisitados por agentes.