A força da juventude é confirmada na avenida Tiradentes, região central de São Paulo, de onde os carros de som partem rumo à zona norte paulistana, contornados por uma garotada saltitante e barulhenta.
Foi a conexão com a músicas gospel que levou a estudante de psicologia Haiany Bellieny, 22, para a religião. "Meus pais não são evangélicos, eu sou a única da casa", conta.
"É muito comum ver jovens que estão trocando movimentos como o funk pelo gospel, inclusive entre os artistas, e isso mostra como Deus está tocando o coração da nossa geração", diz Haiany, citando como exemplo a cantora Maria Marçal, estrela mirim da música gospel aos 13 anos.A identificação vem por meio das letras, que "refletem o momento de vida e a situação da nação", diz a bancária Mayara Lara, 24. "Não tem nada a ver com política, mas com a esperança que Jesus nos traz depois de tantas perdas que nossa famílias sofreram na pandemia", explica a jovem.
Tradicionalmente, a Marcha para Jesus é um evento que atrai mais jovens, mas nas congregações esse movimento de renovação também é percebido pelos frequentadores, afirma o médico José Aparecido, 28.
"Há cada vez mais jovens e isso me deixa feliz, pois é a minha fé e eu quero que isso se propague."