Um dos lugares mais procurados pelos mineiros durante as férias e feriados prolongados, o litoral do Espírito Santo tem passado por situação de emergência em relação à gripe aviária, transmitida pelo vírus H5N1. Dos 30 casos de contaminação pela doença de alta patogenicidade, ou seja, que pode causar graves sinais clínicos e altas taxas de mortalidade, 20 foram confirmados no estado capixaba. Diante esse cenário, 13 ilhas pertecentes ao estado estão interditadas.
O Governo do Espírito Santo proibiu o desembarque de pessoas em oito ilhas localizadas no Arquipélago das Três Ilhas e na Área de Proteção Ambiental de Setiba. A medida, publicada no Diário Oficial do Estado desta quinta-feira (8/6), é válida por tempo indeterminado.
Estão autorizados a entrar nas ilhas apenas pesquisadores, previamente autorizados, e agentes de fiscalização e monitoramento. Entre as ilhas mantidas em isolamento estão:
- Ilha Quitongo;
- Ilha Cambaião;
- Ilha Guanchumbas;
- Ilha Leste-Oeste;
- Ilha Guararema;
- Ilha Francisco Vaz;
- Ilha Toaninha;
- Ilha Alacaeira.
Além disso, na terça-feira (6/6), a Prefeitura de Vila Velha, também no litoral do Espírito Santo, orientou que os moradores e turistas não desembarcassem em cinco ilhas da região. De acordo com a administração municipal, a orientação é que os locais sejam apenas visitados para finalidade de pesquisa científica, também previamente autorizada, fiscalização e monitoramento. As ilhas, neste caso, são as seguintes:
- Ilha dos Pacotes;
- Ilha da Pedra do Sapo;
- Ilha Pituã;
- Ilhas Itatiaia;
- Ilha das Garças.
Casos de gripe aviária
Os primeiros casos de aves contaminadas pelo vírus H5N1, causador da gripe aviária de alta patogenicidade, foram notificados pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) no dia 15 de maio deste ano. As duas primeiras espécies foram encontradas no bairro Jardim Camburi, em Vitória, no litoral do Espírito Santo.
No dia 22 de maio, o ministro da Agricultura e Pecuária Carlos Fávaro decretou estado de emergência zoossanitária para todo o país, em decorrência das contaminações de aves silvestres pela doença. A medida é válida por 180 dias e também prorroga, por tempo indeterminado, a suspensão de exposições, torneios, feiras e outros eventos com aglomerações de aves. Além disso, criadouros de aves ao ar livre, com acesso a piquetes sem telas na parte superior também estão, temporariamente, interditados. A medida se aplica a quaisquer espécies de aves de produção, ornamentais, passeriformes, aves silvestres ou exóticas em cativeiro e demais aves criadas para outras finalidades.
Até esta quinta-feira (8/6), conforme o painel de infecções disponibilizado pela pasta, 30 casos já haviam sido confirmados em todo o país. Sendo 20 no litoral capixaba, um na Bahia, sete no Rio de Janeiro, um em São Paulo e um no Rio Grande do Sul. Além disso, seis casos suspeitos ainda estão sendo investigados. Sendo dois em Minas Gerais, um no Espírito Santo, um no Rio de Janeiro, um em São Paulo, e um no Rio Grande do Sul.
Contaminação de humanos
Até o momento, não há confirmação de contaminação de humanos pela gripe aviária. A última nota expedida pelo Ministério da Saúde sobre o tema foi no dia 22 de maio. Na ocasião, dois casos suspeitos estavam sendo investigados no Espírito Santo e ambos foram descartados. Os pacientes em questão não tiveram idade informada e apresentaram sintomas gripais. Eles tiveram amostras coletadas e enviadas para o laboratório da Fiocruz, no Rio de Janeiro.
Outros 35 casos suspeitos também já foram descartados, sendo que 33 eram funcionários do Parque da Fazendinha, também no Espírito Santo, onde uma ave silvestre contaminada foi encontrada. Conforme o protocolo de vigilância sanitária, todos pacientes que estavam com suspeita da doença foram isolados e monitorados por equipes de saúde.
De acordo com o MAPA, a infecção de humanos pelo vírus acontece, principalmente, por meio do contato direto com aves infectadas, vivas ou mortas. Assim, a pasta reforça o pedido para que caso aves doentes sejam encontradas, a população acione o serviço veterinário local. “Não se deve tocar nem recolher aves doentes. A doença não é transmitida pelo consumo de carne de aves nem de ovos.”
A gripe aviária é uma doença viral altamente contagiosa que afeta, principalmente, aves silvestres e domésticas. Atualmente, o mundo tem passado por uma pandemia da doença. A maioria dos casos está relacionada ao contato de aves silvestres migratórias com aves de subsistência, de produção ou aves silvestres locais.
“A depender da evolução das investigações e do cenário epidemiológico, novas medidas sanitárias poderão ser adotadas pelo Mapa e pelos órgãos estaduais de sanidade agropecuária para evitar a disseminação de IAAP ( Influenza Aviária de Alta Patogenicidade) e proteger a avicultura nacional”, afirmou o Ministério da Agricultura, em comunicado oficial.