O líder da Igreja Batista da Lagoinha, André Valadão, voltou atrás e admitiu que Joilson da Silva de Freitas Santos, preso pela Polícia Civil em Guarulhos, na Grande São Paulo, suspeito de ter abusado sexualmente de crianças e adolescentes que frequentam o templo, executava funções de liderança na igreja. Anteriormente, o religioso havia afirmado que Joilson era apenas um membro.
Contudo, embora Valadão continue negando que Joilson tivesse o status de pastor, ele era qualificado dessa forma em peças de publicidade veiculadas pela instituição religiosa. Veja abaixo:
Mais cedo, o pastor Anderson Silva acusou André Valadão de mentir. Em seu perfil no Instagram, o religioso publicou uma imagem que evidencia o surgimento do Ministério de Jovens Adultos, em 7 de maio deste ano, na Lagoinha, em Guarulhos. Na publicação feita pelo perfil ligado à igreja e que comunica o início das atividades, Joilson é citado como líder. “A reputação de uma instituição não é mais importante que as vítimas!”, escreveu Anderson, que atua como pastor na Igreja Vivo por Ti, em Brasília (DF).
Em agosto de 2022, por exemplo, Joilson também comemorou um ano e quatro meses na superintendência de GC’s — também chamados de Grupos de Crescimento — na Lagoinha de Guarulhos. Vale dizer que a maior parte das publicações do pastor em seu perfil no Instagram tem caráter religioso, com mensagens bíblicas e a divulgação de fotos que mostram uma vida atuante em pregações.
Relembre o caso
O pastor evangélico identificado como Joilson da Silva de Freitas Santos, de 39 anos, foi preso nessa quarta-feira (7/6) pela Polícia Civil dentro de seu apartamento, em Guarulhos, na Grande São Paulo. Veja o vídeo da chegada dele na delegacia:
Segundo a polícia, um jovem de 16 anos denunciou a violência sexual em 1º de junho na portaria do prédio onde reside Joilson. A partir daí, um boletim de ocorrência foi registrado. Outras duas vítimas, de 17 e 13 anos, foram descobertas posteriormente, o que levou o delegado responsável pelo 5º DP de Guarulhos, Fulvio Mecca, a requerer a prisão do pastor.
A investigação aponta que o religioso comandava uma espécie de grupo de estudos sobre sexualidade. Nesse sentido, o pastor obrigava as vítimas a pesquisar vídeos e fotos pornográficos na internet e as chantageava, chegando a manter relações sexuais com elas.
Em nota, a Lagoinha Global disse que “o acusado recebia uma ajuda de custo para os trabalhos voluntários que exercia e não tinha autorização – bem como nenhum líder possui – para realizar atendimentos fora do prédio da igreja”.
Ataques à comunidade LGBTQIAP+
Recentemente, o pastor André Valadão se envolveu em uma polêmica. Durante um culto no domingo (4/6), na Igreja Lagoinha, em Orlando, nos EUA, ele condenou a palavra "orgulho" em referência à comunidade LGBTQIAP . No palco, o líder religioso falou sobre o movimento durante 50 minutos e, atrás dele, a plateia podia ler a frase "Deus odeia o orgulho".
Valadão pregou que junho é o "mês que Deus mais repugna na humanidade". Segundo o pastor, caso necessário, ele e a igreja irão meditar sobre a bíblia "todo mês de junho até Jesus voltar". O objetivo seria combater "a cultura LGBTQIA+", que está "influenciando a vida do crente em Jesus".