"[Ele me disse] 'eu escolhi o menino mais alto e a menina mais bonita'", afirmou o advogado.
Karoline Verri Alves, 17, morreu ainda na escola. O namorado dela, o estudante Luan Augusto da Silva, 16, também foi baleado e chegou a ser socorrido e levado para o hospital, mas não resistiu e morreu na terça.
O atirador tinha 21 anos e era ex-aluno da escola. Em depoimento à polícia ele afirmou que o ataque teria sido uma "retaliação" pelo bullying que teria sofrido quando frequentou a escola, até 2014. Disse que tinha 15 anos à época, assim como seus agressores, e que buscava vítimas da mesma faixa etária.
A causa da morte do atirador ainda não foi confirmada. A Polícia Militar, contudo, afirma que ele teria se enforcado na cela.
Questionado sobre a hipótese, o advogado respondeu que cadernos e documentos entregues pela família mostram uma "intenção suicida" do jovem.
"É um diário que vai ser repassado para os policiais para tentar elucidar essa situação." O advogado disse ainda que, em conversa na prisão, o atirador disse: "não era para eu estar aqui, doutor".
Segundo Gaya, o jovem tinha um histórico de problemas de saúde e tomava remédios controlados desde os 4 anos. Atualmente trabalhava com o pai na lavoura.
MORTE NA PRISÃO
Em nota, a Sesp (Secretaria de Segurança Pública) do Paraná afirma que o autor do ataque foi encontrado morto na Casa de Custódia de Londrina. Ele estava preso com um suspeito de tê-lo ajudado no crime, e os dois eram os únicos que ocupavam a cela, segundo a pasta.
O Departamento de Polícia Penal do Paraná já instaurou procedimento interno para apurar o caso. A Polícia Civil do estado também iniciou investigação para apurar as circunstâncias da morte -o inquérito está na Delegacia de Homicídios de Londrina, com o delegado João Reis.
De acordo com o diretor-adjunto do IML de Londrina, Maurício Nakao, a morte foi comunicada pela Casa de Custódia entre as 22h e as 23h de terça. Após inspeção de policiais na cela onde o atirador estava, o corpo deu entrada no necrotério por volta de 1h desta quarta (21).
O Ministério Público do Paraná afirma que vai acompanhar as investigações da Polícia Civil.
Já a Defensoria Pública do Paraná diz que o Nupep (Núcleo de Política Criminal e Execução Penal) da instituição enviará ofício à Sesp para acompanhar a apuração do fato, seguindo protocolo aplicado em todos os casos de mortes no sistema penitenciário.
A Defensoria afirma, ainda, que equipes trabalham na "assistência jurídica, social e psicológica das famílias das vítimas e da comunidade escolar".