Após a chegada do Threads, rede social do Meta que é concorrente do Twitter, vários famosos inauguraram seu perfil na plataforma, nessa quarta-feira (5/7). Entre eles, o pastor André Valadão, da Igreja Batista da Lagoinha. O comediante Carlinhos Maia aproveitou a oportunidade para criticar o religioso, que, durante um culto, incitou a morte de pessoas LGBTs.
André Valadão fez uma espécie de recepção aos seus seguidores: “Bem-vindos por aqui também”. Maia compartilhou o post com um comentário. “Por favor, só não manda ninguém matar a gente aqui também”, publicou.
O influenciador digital já tinha criticado a fala do pastor anteriormente. Na terça-feira, ele fez uma publicação nas redes sociais se dizendo abismado com o discurso. “Esse pastor já é bem polêmico, usa a palavra de Deus para despertar o ódio dos seus fiéis. Eu estou abismado, porque o cara, nas entrelinhas, ele meio que dizendo que Deus disse para que os fiéis dele acabassem com os gays, com as lésbicas e tudo mais. Vocês têm noção da gravidade disso?", disse.
O alagoano ressaltou que o posicionamento LBGTfóbico não é aceitável no século XXI. "Um rapaz como esse, que tem uma legião de pessoas ali o adorando, vem, no século XXI, com tanto progresso que já se tem, com tantas pessoas que já morreram simplesmente pela raiva do outro, pelo preconceito do outro. Não dá mais para tolerar", afirmou o influenciador.
"Quando é que as pessoas vão entender, de uma vez por todas, que isso que sentimos não é uma escolha? Não tem a ver com Deus, não tem a ver com religião, não tem a ver com safadeza. Não é escolha. Nasce assim e pronto", questionou.
André Valadão fazia uma transmissão ao vivo no domingo (2/7) que evangélicos deveriam matar a população LGBTQIA+. “Agora é a hora de tomar as cordas de volta e dizer: Pode parar, reseta! Mas Deus fala que não pode mais”, disse Valadão. “Ele diz, ‘já meti esse arco-íris aí. Se eu pudesse, matava tudo e começava de novo. Mas prometi que não posso’, agora tá com vocês”. O pastor retoma a frase, incitando diretamente os fiéis: “não entendeu o que eu disse? Agora, tá com vocês! Deus deixou o trabalho sujo para nós”, afirmou.
As falas homofóbicas renderam um inquérito criminal do Ministério Público Federal (MPF) que apura uma possível prática de homotransfobia, crime que pode render prisão de até cinco anos. O religioso também poderia ser proibido de pregar e, como constantemente está nos Estados Unidos, pode ser extraditado.