André Luiz do Nascimento Soares, de 49 anos e sua filha Samara Kiffini do Nascimento Soares, de 23 anos, foram presos em Irajá, Rio de Janeiro, no domingo (16/7), após agressão de uma médica e morte de idosa no Hospital Francisco da Silva Teles. Os dois foram indiciados por dano ao patrimônio público, desacato e por homicídio doloso.
Os suspeitos chegaram no hospital por volta da 0h30, buscando socorro ao pai que tinha um corte no dedo da mão esquerda, segundo a Secretaria Municipal de Saúde. Na triagem, a situação dele foi constatada como não-grave. A espera pelo atendimento durou até as 3h30, quando foram informados que haviam pacientes com estados de saúde mais comprometidos. Os dois decidiram invadir a unidade, quebrando vidros, portas, janelas, acessando a ala vermelha.
A médica Sandra Lúcia, que estava de plantão, sofreu cinco lesões, segundo o laudo da Polícia Civil do Rio de Janeiro. O lábio superior, o tórax, a orelha direita, o antebraço direito e a coxa esquerda apresentaram marcas de violência. Em depoimento para a polícia, ela disse que foi ameaçada por Soares, indiciado por lesão corporal contra a médica. Ela também acusa Samara de ameaça.
Durante a briga, a paciente Arlene Marques da Silva, de 82 anos, que estava internada com princípio de infarto, morreu. A filha de Arlete, Elaine Marques da Silva, afirmou ao G1 que a idosa passou mal ao ver a agressão, e a única médica na instalação não estava em condições de atendê-la. Ela também disse que Soares simulou estar portando uma arma.
Segundo o advogado Cláudio Rodrigues, que está defendendo Soares e Samara, a acusação é "um pouco forçosa". "A defesa entende, pela máxima vênia, que acusar duas pessoas de homicídio é um pouco forçoso. É querer culpar uma ineficiência do estado em cima de duas pessoas que tem a idoneidade comprovada. Todos que conhecem o hospital, o PAM de Irajá, sabem do atendimento precário", disse à TV Globo.
*Estagiário sob a supervisão do subeditor Fábio Corrêa