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Estado de Minas Encontro em Portugal

Mineiros se juntam a jovens de todo o mundo em encontro religioso em Lisboa

Mais de 200 jovens de paróquias ligadas à Arquidiocese de BH estão em Portugal para a Jornada Mundial da Juventude 2023, a primeira desde o início da pandemia


02/08/2023 04:00 - atualizado 01/08/2023 23:15
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Animados, jovens exibem a bandeira brasileira em Lisboa: 'Quero muito ouvir o papa Francisco, e espero que ele fale sobre perseverança', disse uma fiel
Animados, jovens exibem a bandeira brasileira em Lisboa: "Quero muito ouvir o papa Francisco, e espero que ele fale sobre perseverança", disse uma fiel (foto: Frei César Pardin/Secretariado Arquidiocesanos das Juventudes/Divulgação )

Todos os caminhos levam a Lisboa, especialmente os pavimentados pela fé. Até domingo (6/8), cerca de 1 milhão de pessoas participam, na capital portuguesa, da Jornada Mundial da Juventude (JMJ 2023), que tem como ponto alto da peregrinação o encontro com o papa Francisco. Realizado a cada três anos, o megaevento católico recebeu ontem, no primeiro dia, 67 mil jovens de 126 nacionalidades, incluindo brasileiros, os quais estavam em preparação, nas pré-jornadas em seus estados, antes da viagem à Europa. Esta é a primeira JMJ após a pandemia.

“Estamos vivendo um momento único, pois a JMJ reúne espiritualidade, cultura, troca de experiências”, disse o frei César Pardin, dos Missionários da Alegria e do Secretariado Arquiocesano da Juventude, de Belo Horizonte, que chegou a Lisboa acompanhando mais de 200 jovens de paróquias e comunidades localizadas no território da Arquidiocese de BH. “Tenho certeza que serão dias maravilhosos, da missa de abertura celebrada ontem, até domingo”, afirmou frei César.

No grupo de belo-horizontinos, a estudante de psicologia Mariane Rodrigues, de 25 anos, que participa de sua primeira jornada, não escondeu a ansiedade aliada à emoção. “Quero muito ouvir o papa Francisco, e espero que ele fale sobre perseverança. Passamos por um período de muita dificuldade, que foi a pandemia, então devemos ter esperança para sermos felizes e fortalecermos nossa fé católica”, destacou.

Ontem (1º/8), na abertura da Jornada, no Parque Eduardo VII, de Lisboa, o cardeal patriarca de Lisboa, dom Manuel Clemente, saudou os peregrinos, com o foco no tema “Maria levantou-se e partiu apressadamente ao encontro de Isabel”. Disse dom Manuel Clemente: “Lisboa acolhe-vos de coração inteiro, e assim as outras terras em que já estivestes ou estareis deste Portugal, também vosso. Acolhem-vos as famílias e as instituições que disponibilizaram os seus espaços e o seu serviço. Agradecendo a todas elas, entrevejo em cada uma a casa de Isabel, que acolheu Maria e o Jesus que lhe trazia!”

PEREGRINOS Com muitas missas, encontros, festivais, caminhadas, vigílias, catequeses e outras atividades, a Jornada Mundial da Juventude promove um grande encontro de culturas. As últimas ocorreram no Rio de Janeiro (RJ), em 2013, em Cracóvia, na Polônia, em 2016, e no Panamá, em 2019.

Conforme as fotos enviadas ao Estado de Minas pelo frei César Pardin, é intenso o movimento nas ruas, avenidas e praças de Lisboa. Aproveitando os dias do verão, os jovens posam para fotos, em grupo, às vezes enrolados com a bandeira de seus países, lotam as estações de metrô e se juntam, à sombra das árvores, para um bate-papo ou orações.

Criada em 1985, a Jornada Mundial da Juventude é chamada por muitos católicos de “a mais bela invenção do papa João Paulo II (1920-2005)” – na verdade, São João Paulo II, pois foi canonizado há 10 anos. Em 1984, o então sumo pontífice quis organizar um encontro no Domingo de Ramos, em Roma, Itália, para celebrar o jubileu dos jovens inserido no Ano Santo da Redenção 1983-1984. Na época, eram esperados 60 mil peregrinos, mas participaram 250 mil de vários países.

EVANGELIZAÇÃO Conforme relatos da Igreja, a experiência foi tão significativa, que o papa João Paulo II resolveu repeti-la no ano seguinte. Nesse encontro, 300 mil jovens se espalharam pelas igrejas de Roma para momentos de oração e catequese, reunindo-se, depois, na Praça de São Pedro em torno da celebração com o sumo pontífice.

Também em 1985, João Paulo II escreve uma Carta Apostólica aos jovens do mundo inteiro e anuncia, a 20 de dezembro, a instituição da Jornada Mundial da Juventude.  Assim, de três em três anos, ocorre, em um país diferente do outro, o encontro internacional dos jovens com o papa. É, portanto, um misto de peregrinação, festa da juventude, manifestação de fé e momento forte de evangelização.

Conforme os organizadores, “desde a primeira edição em Roma, em1986, a JMJ se mostra um laboratório de fé, lugar de nascimento de vocações ao matrimônio e à vida consagrada, bem como instrumento de evangelização e transformação da Igreja”


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