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Estado de Minas NO ESCURO

A cronologia de apagões no Brasil; relembre

O Brasil lida com apagões ou blecautes desde a década de 1980. Interrupção em 2009, uma das mais longas já registradas no país, chegou a seis horas


15/08/2023 17:15 - atualizado 15/08/2023 17:15
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torre de energia
Ao longo da manhã, o Ministério de Minas e Energia confirmou a retomada das cargas afetadas no Sul, Sudeste e Centro-Oeste pondo fim ao apagão nestas regiões (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Lidar com apagões não é uma novidade para os brasileiros. Ao longo da história, em governos distintos, a falta de fornecimento de energia para os cidadãos ocorreu em vários momentos. O desta terça-feira (15/8), com estados do Sul, Sudeste, Norte e Nordeste sem luz supreendeu, causa transtorno, prejuízos de várias ordens, mas não é uma situação inusitada ou inédita. 

O apagão deste 15 de agosto de 2023, de acordo com o Ministério de Minas e Energia (MME), interrompeu 16 mil MW de carga nos estados mencionados acima e o motivo ainda está sendo analisado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). As causas da ocorrência ainda estão sendo apuradas.

Ao longo da manhã, o Ministério de Minas e Energia confirmou a retomada das cargas afetadas no Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Enquanto isso, a ONS informou que às 12h25 foram recuperados 55% da carga da região Norte e 81% da região Nordeste, cujas capitais já tiveram seu suprimento de energia normalizado.
 

Racionamento de energia 

Os apagões já afetaram a rotina dos brasileiros em outras ocasiões. Um dos mais graves foi em 2001, ano em que o país, aliás, enfrentava um racionamento de energia. A crise culminou com a adoção de medidas para minimizar novos apagões, como aumentar a conexão do sistema de energia com mais linhas de transmissão. Além de ofertar outros tipos de energia, como térmica, solar e eólica.
O Brasil lida com apagão desde a década de 1980, no século 20. Lembre alguns desses momentos em que o país ficou sem energia elétrica: 

1985
Com um blecaute de três horas, oito estados e o Distrito Federal foram afetados por um dos primeiros apagões brasileiros em 17 de setembro de 1985. O fornecimento de energia foi comprometido devido a uma sobrecarga em São Roque (SP). 
 
1999
Outro blecaute, agora, em março de 1999, que atingiu mais de 60% do país, afetando 10 estados. A causa teria sido a queda de um raio na subestação de energia elétrica da Companhia Energética de São Paulo (Cesp) em Bauru (SP). Na época, além das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste e parte do Norte, o Paraguai também foi afetado. O país vizinho recebe energia gerada em Itaipu.
 
2001
Em 2001, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), o Brasil passou por severo racionamento de energia. O problema foi causado por falta de chuvas e ausência de investimentos no setor, o que aumentou o risco de apagões. Como medida, o governo determinou o racionamento por parte de consumidores residenciais e industriais no Distrito Federal e em mais 16 estados das regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste. A conta de luz sofreu uma série de alterações, com previsão de bônus, multa e até corte de energia para quem não cumprisse as determinações de reduzir em 20% o consumo de energia elétrica. Os serviços indispensáveis à população, como hospitais e delegacias, ficaram de fora do racionamento.  

2009
O apagão de 2009 foi gigantesco. A quantidade de energia desligada com o apagão foi de 28 mil megawatts (MW) no Brasil, afetando 18 estados, e de 980 MW no Paraguai. Uma tempestade causou uma falha no sistema de transmissão elétrica da principal usina de energia do país. Além da ausência completa de energia elétrica, outras 14 federativas ficaram parcialmente no breu. Quase 70 milhões de pessoas ficaram sem energia elétrica devido à interrupção de três linhas de alta tensão: Ivaiporã (PR) e Itaberá (SP) e uma que liga Itaberá à subestação de Tijuco Preto (SP). A interrupção, uma das mais longas já registradas no país, durou de três horas e meia a seis horas.  

2011
Uma falha na subestação do município de Jatobá na divisa entre Bahia e Pernambuco deixou cerca de 47,7 milhões de pessoas afetadas e cerca de 90% do Nordeste sem energia elétrica. A falha teria sido um defeito no componente eletrônico denominado "cartela", que acionou indevidamente o sistema de proteção da linha de transmissão que interliga as usinas de Luiz Gonzaga, em Jatobá (PE), e de Sobradinho (BA). Na sequência, ocorreu o desligamento da subestação Luiz Gonzaga.
 
2012
Em dezembro de 2012, um problema na hidrelétrica de Itumbiara, em Goiás, de propriedade de Furnas, atingiu seis estados. Dois meses antes, em 25 de outubro, um outro apagão cortou a energia em nove estados do Nordeste e parte da região Norte por quase três horas. No dia 3 do mesmo mês, uma falha num transformador em Itaipu afetou o Paraná, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Acre, Rondônia e parte do Centro-Oeste.
 
2013
Já em agosto de 2013, um apagão deixou estados do Nordeste sem luz: Piauí, Paraíba, Alagoas, Ceará, Sergipe, Bahia, Pernambuco e Rio Grande do Norte. Por meio de nota, o Ministério de Minas e Energia informou na época que o apagão foi provocado pelo desligamento automático de duas linhas de transmissão que interligam os sistemas Sudeste/Centro-Oeste com o Nordeste, localizadas entre as subestações Ribeiro Gonçalves e São João do Piauí, no interior do estado do Piauí. No local, foram identificados focos de queimadas, entre as estruturas das torres 412 a 416.

2014
Outro apagão deixou o Sul, Sudeste, Norte e o Centro-Oeste sem energia por quase duas horas, afetando 12 milhões de pessoas.

2018
Em 2018 mais um apagão. Uma falha que ocorreu na Subestação Xingu, no Pará, que distribui parte da energia produzida na Usina de Belo Monte, atingiu o Norte e Nordeste do país e deixou 70 milhões de pessoas sem energia elétrica. A interrupção teria começado por causa de um disjuntor na Subestação Xingu, que se abriu indevidamente.


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