Subiu para 47 o número de mortos em decorrência do ciclone extratropical no Rio Grande do Sul, segundo o balanço divulgado na manhã desta terça-feira (12/9) pela Defesa Civil do estado. O último óbito foi registrado no município de Colinas, que já conta com duas mortes até o momento.
Muçum é a cidade com o maior número de mortes, 16, seguida por Roca Sales, com 11 mortos. Depois figuram as cidades de Cruzeiro do Sul (5), Lajeado (3); Colinas, Estrela e Ibiraiaras (com 2 óbitos cada); e Bom Retiro do Sul, Encantado, Imigrante, Mato Castelhano, Passo Fundo e Santa Tereza registraram, até o momento, um óbito cada.
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Ainda de acordo com Souza, a queda está relacionada à força-tarefa feita pelo governo estadual em parceria com outros estados para identificar se o número de desaparecidos notificados pelas prefeituras realmente refletia a situação das pessoas não localizadas. Ele destacou que, muitas das vezes, os familiares não avisam às autoridades quando alguém que estava desaparecido é localizado.
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A Defesa Civil informou que 3.130 pessoas foram resgatadas até o momento. Há 4.794 desabrigados e 20.517 desalojados, além de 925 feridos.
O último boletim meteorológico divulgado pela Sala de Situação do governo do Rio Grande do Sul alerta para um “alto volume de chuva e temporais esperados para os próximos dias, sobretudo na metade sul” do estado. Até sexta-feira (15) há o risco de tempo severo em grande parte das regiões, além de alto risco para queda de granizo, descargas elétricas e vento forte”.
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Eventos extremos cada vez mais frequentes
A professora do Departamento de Geografia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Nubia Beray, explica que o último relatório do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas) evidenciou que o aumento das temperaturas tem intensificado a frequência dos eventos extremos. “Em âmbito teórico e de análise de processos a gente sabe que o um dos indicadores de mudança climática, que é o aquecimento global, tem esse potencial de ampliar a ocorrência e a frequência dos eventos extremos.”
Para Beray a tendência é que os fenômenos extremos vão assumir uma magnitude cada vez maior. Segundo ela, o atual momento exige o estabelecimento de políticas públicas de adaptação e de mitigação.
“A gente vai conviver mais com esses eventos. Essa é uma questão que levanta muita discussão e a necessidade de políticas públicas em vários aspectos. No primeiro momento, adaptação, e, no segundo, o da mitigação. Porque a gente passou de um momento em que a gente discutia se era necessário se adaptar, onde era necessário, mas a gente tem visto que a adaptação não é uma escolha, é uma necessidade. Só que, para a gente promover estruturas socioespaciais adaptadas, a gente precisa de políticas públicas para isso.”
*Estagiária Isabel Dourado sob a supervisão de Andreia Castro