Jornal Estado de Minas

Amazonas

Seis executivos mineiros estavam na aeronave acidentada



Seis executivos mineiros estavam entre os 12 passageiros do avião que caiu em Barcelos, no interior do Amazonas, e deixou 14 mortos, incluindo o piloto e o copiloto, na tarde sábado. Eles são de Uberlândia, no Triângulo. Dos seis, cinco são ex-executivos do Grupo Algar. A informação foi confirmada ao Estado de Minas por uma fonte da empresa. Os demais passageiros eram de Goiás. Todos seguiam para uma pescaria em Barcelos, conhecida pelo turismo de pesca.





A aeronave, modelo Embraer Bandeirante, da empresa de táxi aéreo Manaus Aerotáxi. saiu da capital amazonense com destino a Barcelos, que fica 400 quilômetros de Manaus. Vídeo que circula nas redes sociais mostra os passageiros embarcando com descontração, falando das expectativas para a pescaria. Também foi divulgado vídeo do grupo dentro do avião durante o voo.

A lista de passageiros da companhia de táxi aéreo indicam que estavam a bordo os mineiros Euri Paulo dos Santos, Guilherme Boaventura Rabelo, Heudes Freitas, Luiz Carlos Cavalcante Garcia, Fabio Ribeiro e Hamilton Alves Reis. Com exceção de Boaventura, os outros trabalharam na Algar. Depois que deixaram o grupo, passaram atuar em outros ramos de Uberlândia, como de engenharia e construção.

A Algar divulgou nota se solidarizando com as famílias. "A Algar lamenta o acidente ocorrido e confirma que cinco dos ocupantes da aeronave são ex-associados (como são chamados os funcionários da empresa). O grupo se solidariza com os familiares e amigos das vítimas”, diz a nota.





Os outros passageiros eram Fabio Campos Assis, Marcos de Castro Zica, Renato Souza de Assis, Roland Montenegro Costa e Witter Ferreira de Faria. E ainda Gilcresio Salvador Medeiros, dono da Pousada Serra da Mesa, em Niquelândia (GO), uma das maiores do país no segmento da pesca esportiva. O nome completo dos dois tripulantes não foi divulgado. O piloto foi identificado pelo sobrenome Souza e o copiloto como Galvão.

A Manaus Aerotáxi lamentou a tragédia em nota divulgada nas redes sociais. No mesmo comunicado, declarou que a segurança é a sua prioridade e que a aeronave e a tripulação atendiam a todas as exigências da aviação civil. “Contamos com o respeito à privacidade dos envolvidos neste momento difícil e estaremos disponíveis para prestar todas as informações necessárias e atualizações à medida que a investigação avançar", afirmou a empresa. Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a Manaus Aerotáxi operava regularmente.

O governo do Amazonas informou que o acidente ocorreu já durante o pouso no aeroporto de Barcelos. O município fica próximo a Roraima. As causas não são conhecidas e ainda estão em investigação. Autoridades ressaltaram que chovia forte durante a tarde em Barcelos. “O momento do acidente era de chuva muito intensa. Teve a informação de que duas aeronaves que estavam antes desse voo optaram por regressar a Manaus em virtude de a segurança no local não permitir o pouso”, afirmou o secretário de Segurança Pública do Amazonas, coronel Vinícius Almeida, em entrevista coletiva.





“Não temos detalhes que possam ser conclusivos. Temos alguns relatos. Quero aqui não contaminar a investigação. O que tem de relatos é que a aeronave teria pousado no meio da pista e não teve pista suficiente para frear”, acrescentou. Em nota, a FAB (Força Aérea Brasileira) informou que investigadores do Seripa VII (Sétimo Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) foram acionados para realizar o atendimento inicial da ocorrência. O Seripa VII é o órgão regional do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos). O Cenipa tem o objetivo de investigar as ocorrências aeronáuticas, de modo a prevenir novos acidentes.

Ontem, o governo do Amazonas enviou equipes a Barcelos para auxiliar no transporte dos corpos das vítimas para Manaus. A operação foi feita de maneira integrada com a FAB. Os corpos serão periciados pelo Instituto Médico Legal (IML) para identificação e posterior liberação às famílias. 

 
AS VÍTIMAS DA TRAGÉDIA

•  Guilherme Boaventura Rabelo 
Era sócio em uma empresa de construção civil em Uberlândia que atua no setor de incorporação de empreendimentos imobiliários. Guilherme tinha a pesca esportiva como hobby e, em agosto de 2021, havia feito viagem semelhante para Barcelos.



•  Heudes Freitas
Morador de Uberlândia, ex-executivo da Algar, era o CEO da empresa Solobrasil Sondagens e Fundações

•  Euri Paulo dos Santos 
Morador de Uberlândia, ex-executivo da Algar, era empresário do setor de telecomunicações

•  Fábio Ribeiro
Morador de Uberlândia, ex-executivo da Algar.

•  Hamilton Alves Reis
Morador de Uberlândia, ex-executivo da Algar.

•  Luiz Carlos Cavalcante Garcia
 Morador de Uberlândia, ex-executivo da Algar.

•  Gilcresio Salvador Medeiros
Empresário, de 74 anos, era dono da Pousada Serra da Mesa, em Niquelândia (GO).

•  Roland Montenegro Costa
Médico e cirurgião do aparelho digestivo, destacou-se como pioneiro dos transplantes em Brasília. Tinha consultório particular e atendia em diversos hospitais da cidade.





•  Witter Ferreira de Faria
lEmpresário do setor de agronegócio em Uruaçu (GO)

•  Fábio Campos de Assis
Morador de Anápolis (GO)

•  Marcos de Castro Zica
Morador de Goiás

•  Renato Souza de Assis
Sem informações disponíveis

•  Tripulantes 
O nome completo dos dois tripulantes não foi divulgado: o piloto foi identificado pelo sobrenome Souza e o copiloto como Galvão