O Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania (MDHC) acionará a Advocacia Geral da União (AGU) e o Ministério Público (MP) para investigar os motivos pelos quais foram indiretas as eleições para conselheiros tutelares de um município em Minas Gerais e dois em Alagoas. Isso porque essa modalidade de pleito contraria o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e a Resolução 231 do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda).
As eleições indiretas ocorreram em Uberlândia (MG), Rio Largo e Santana do Ipanema (ambas em Alagoas). Nota divulgada pelo MDHC nega, porém, que o ministro Silvio Almeida pediria a anulação dos pleitos nas três cidades, como circulou nas redes sociais.
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Conselho Tutelar: confusão, atraso e voto em papel marcam eleição em BHConselho Tutelar: Defensoria recomenda que eleição em BH seja anuladaEleição do Conselho Tutelar: Fuad lamenta problemas, mas ressalta lisura Ainda segundo o documento, "o povo, nessas regiões, não foi convocado a comparecer às urnas para votar e escolher seus conselheiros e conselheiras tutelares. Nestes casos, um colegiado é formado para decidir o pleito. Por isso, o ministro Silvio Almeida irá acionar a AGU e o MP para garantir que os cidadãos e as cidadãs dos referidos municípios possam escolher democraticamente os conselheiros e conselheiras tutelares locais".
As votações para os conselhos tutelares aconteceram domingo — aproximadamente 1,6 milhão de pessoas votaram em mais de 56 mil urnas eletrônicas disponibilizadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ao longo do dia da eleição circularam várias mentiras a respeito de números trocados nos equipamentos de votação para favorecer candidatos, semelhantes àquelas que os bolsonaristas disseminaram para desacreditar o sistema eleitoral e levantar suspeitas de fraudes — jamais confirmadas. As urnas eletrônicas não têm nenhuma conexão com o sistema do TSE ao longo do pleito.
*Estagiário sob a supervisão de Fabio Grecchi