(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas SEMPRE ACUMULA

Conheça a loteria da Caixa que nunca teve ganhador no prêmio principal

Prêmio está acumulado desde maio de 2022. Caixa ignorou questionamentos e não informou se pretende mudar as regras do sorteio ou reduzir o valor do bilhete


07/10/2023 06:00 - atualizado 07/10/2023 07:44
438

bilhetes de loterias
Aposta da +Milionária (de 6 números e 2 trevos) custa R$ 6 (foto: Marcos Vieira/EM/D.A press)
Até hoje ninguém ficou milionário apostando na +Milionária. Essa modalidade de loteria, organizada pela Caixa Econômica Federal, está acumulada desde o seu primeiro sorteio, realizado em 28 de maio de 2022, e é disparada a mais difícil de ganhar.
 
Para levar o prêmio principal com uma aposta simples, o que jamais aconteceu em quase 17 meses, o jogador tem apenas uma chance em 238.360.500 (duzentas e trinta e oito milhões, trezentas e sessenta mil e quinhentas).
 
Ou seja, é mais provável uma pessoa ser escolhida aleatoriamente entre toda a população brasileira (que é de 203 milhões de habitantes, de acordo com o último Censo Demográfico) do que ganhar na +Milionária.

A probabilidade de apenas uma chance em 238 milhões é tão remota que, para simplificar, o professor Gilcione Nonato Costa, do Departamento de Matemática da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), elaborou um exemplo considerando um estádio de futebol lotado.
 
“Suponhamos que o Mineirão receba um público de 60 mil pessoas. Nesse contexto, para se ter uma chance em 60 mil, seria necessário apostar R$ 23.836,05 (ou seja, 3.972 apostas de R$ 6, que é o preço inicial da Milionária). Agora, a questão é a seguinte: uma pessoa gastaria quase R$ 24 mil para ter uma única chance de ser escolhida em um estádio com 60 mil pessoas?”, questiona. 

Para efeito de comparação, de maneira arredondada, a probabilidade de alguém acertar as seis dezenas da Mega-Sena fazendo apenas a aposta mínima é de uma em 50 milhões, enquanto na Quina é de uma em 24 milhões.
 
As loterias “mais fáceis” são a Lotofácil (uma chance em três milhões) e o Dia de Sorte (uma em 2,6 milhões). Diante desses números, o professor Gilcione Nonato aconselha que, em vez de jogar, os cidadãos usem o dinheiro para ‘comprar uma coxinha ou um refrigerante’, do contrário, estariam apenas entregando dinheiro para a banca. “Para a maioria das pessoas, apostar em loterias tem o mesmo efeito de jogar dinheiro no lixo”. 

O volante da +Milionária tem duas matrizes, a Matriz de Números (que vai de 1 a 50) e a Matriz de Trevos Numerados (de 1 a 6). A aposta simples custa R$ 6, sendo a mais cara entre todas as loterias.
 
Em maio do ano passado, quando foi sorteada pela primeira vez, a modalidade tinha prêmio estimado em R$ 10 milhões. Atualmente, ela está no concurso 84, acumulada em R$ 80 milhões.
 
Durante todo esse período, apenas quatro vezes os prêmios secundários pagos pela Milionária superaram a casa dos R$ 300 mil (o maior valor foi de R$ 392 mil, o segundo foi de R$ 360 mil, o terceiro chegou a R$ 327 mil, e o quarto alcançou os R$ 306 mil). 
 
 

Gilcione Nonato explica que marcar no volante os números mais sorteados ou apostar sempre nas mesmas dezenas não faz a menor diferença, porque qualquer combinação possui a mesma chance de ser sorteada.
 
“E nesse ponto há uma interessante questão: por uma razão de equilíbrio, chamada de honestidade pelos matemáticos, as discrepâncias entre os números mais sorteados com os menos sorteados tendem a ficar desprezíveis com o passar dos anos. E, portanto, a longo prazo, que pode significar 40, 50 ou 100 anos, os números menos sorteados tendem a ser sorteados apenas por uma questão de equilíbrio. Mas, em qualquer sorteio específico, não há diferença em escolher os mais ou menos sorteados”.
 
A maneira mais eficaz e democrática para aumentar as chances continua sendo o bolão.
 

Apesar da dificuldade enfrentada pelos apostadores, o professor ressalta que parte da arrecadação das loterias é distribuída para a sociedade.
 
De acordo com balanço divulgado pela Caixa em janeiro deste ano, o recolhimento proveniente dos jogos chegou a R$ 23,2 bilhões em 2022, um aumento de 25,7% em relação a 2021.
 
A Mega-Sena foi responsável por 47% do valor total (10,9 bilhões), seguida por Lotofácil (R$ 6,6 bilhões) e Quina (3 bilhões). Somente no ano passado, foram pagos R$ 8 bilhões em prêmios.
 
A distribuição de recursos que chegam à Caixa por meio das apostas, os chamados “Repasses Sociais”, atingiu a marca de R$ 10,9 bilhões em 2022. Desse montante, foram encaminhados, por exemplo, R$ 3,9 milhões para a Seguridade Social e R$ 2,1 milhões para o Fundo Nacional de Segurança Pública.
 

A reportagem perguntou reiteradas vezes à Caixa, desde a quinta-feira (28/9), se, diante dos sistemáticos sorteios acumulados e da dificuldade colocada aos apostadores, existe a possibilidade de mudança de regras da +Milionária, alteração do valor do bilhete ou aumento do número de concursos semanais, mas não obteve resposta.
 
O próximo concurso, acumulado em R$ 80 milhões, está marcado para este sábado (7/10). A sorte está lançada.
 
 

As chances de se ganhar em cada loteria da Caixa com uma aposta simples (da mais difícil para a mais fácil):


+Milionária (1 aposta de 6 números e 2 trevos): 1 chance em 238.360.500

Mega-Sena (1 aposta de seis números): 1 chance em 50.063.860

Timemania (1 aposta de 7 números): 1 chance em 26.472.637

Quina (1 aposta de 5 números): 1 chance em 24.040.016

Dupla Sena (1 aposta de 6 números): 1 chance em 15.890.70

Lotomania (1 aposta de 20 números): 1 chance em 11.372.635

Super Sete (1 aposta de 7 números): 1 chance em 10.000.000

Lotofácil (1 aposta de 15 números): 1 chance em 3.268.760

Dia de Sorte (1 aposta de 7 números): 1 chance em 2.629.575 


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)