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Estado de Minas Execução no Rio

Govenador quer ''combate implacável contra máfia''

Chefe do Executivo promete ir até o fim contra organizações criminosas, após três médicos serem mortos com 33 tiros. Polícia confirma crime por engano


07/10/2023 04:00
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Cláudio Castro e o secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Capelli reforçam enfrentamento do crime organizado
Cláudio Castro e o secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Capelli reforçam enfrentamento do crime organizado (foto: Carlos Magno/Governo do Estado do Rio)

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), disse que o estado fluminense vai combater de forma implacável as organizações criminosas responsáveis pela execução dos três médicos, Diego Ralf Bomfim, Marcos de Andrade Corsato e Perseu Ribeiro Almeida, com 33 tiros, em um quiosque na orla da Barra da Tijuca na madrugada da quinta-feira. Castro chamou essas organizações de verdadeiras máfias e prometeu que as investigações avançarão mesmo com a identificação dos executores do crime na madrugada de quinta-feira. “Iremos até o fim para combater essas organizações criminosas, essas máfias. Aqui no estado compriremos com a nossa responsabilidade e enfrentaremos de forma implacável essas organizações criminosas, verdadeiras máfias”, disse o governador em coletiva no início da tarde de ontem.

Castro prometeu que fará um “combate implacável” contra a máfia “sanguinária, violenta e fortemente armada, que tem que ser combatida com dureza pela mão forte do Estado”. Na entrevista, ao lado do secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Cappelli, com quem Castro se reuniu no fim da manhã, no Palácio Guanabara, sede do governo fluminense, o governador apontou que o compromisso com a segurança pública vai além de ideologias.

“É um problema do Brasil e temos que parar de achar que é pontual. Só conseguiremos ter sucesso no combate à criminalidade se for um combate de todos: estados, governo federal e prefeituras. Não é uma briga de traficantes e milicianos. É uma verdadeira máfia, que tem verdadeiramente entrado nas instituições, nos poderes, no comércio, nos serviços, inclusive no sistema financeiro nacional”, reforçou o governador.

Ele ressaltou, ainda, que a investigação da Polícia Civil do Rio (PC-RJ) já tinha a confirmação dos autores do crime “brutal” contra os médicos, em menos de 12 horas, mas que as forças do estado foram surpreendidas pela ação das “máfias” com seu “pseudo-tribunal do crime”, que eliminou os executores. “O que nos parece é que até eles se indignaram com a ação dos seus próprios e fizeram essa punição interna. Temos que achar, inclusive, quem cometeu esse segundo assassinato. O Estado não se abala. É óbvio que eles já sabiam quem tinha sido, foram à frente e puniram eles. Tem que ver se foram todos, se tinha mais gente envolvida, a investigação não muda em nada”, garantiu Castro.

Investigação


A Polícia Civil do Rio confirmou ontem que a execução dos médicos paulistas no bairro da Barra da Tijuca, na madrugada de quinta-feira, foi um engano. As investigações apontam que os quatro homens encontrados mortos dentro de dois carros na Gardênia Azul, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, são efetivamente os autores do crime praticado contra os médicos.

O secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Cappelli, disse que o governo federal vai ampliar a parceria entre o governo do estado fluminense e a Polícia Federal. “O ministro Flávio Dino determinou e nós vamos ampliar as ações de inteligência aqui no estado do Rio de Janeiro”, prometeu Cappelli, que fez questão de reforçar a necessidade de união das esferas governamentais independentemente de ideologias.

O governador do Rio aproveitou para reforçar a fala do secretário-executivo. “É importante deixar claro, eu não apoiei o presidente Lula, ele não me apoiou, isso não é uma questão política, isso é uma questão de segurança pública”, apontou Castro.

Despedida

Os corpos dos médicos Marcos de Andrade Corsato, de 62 anos, Diego Ralf Bomfim, 35, e Perseu Ribeiro de Almeida, 33, vão ser enterrados em diferentes cidades de São Paulo e da Bahia. Eles foram executados a tiros em um quiosque da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, na madrugada de quinta-feira. Marcos, Diego e Perseu foram alvo de ao menos 33 tiros de pistolas nove milímetros. Outro médico, Daniel Sonnewend Proença, também ficou ferido. O caso ocorreu na Avenida Lúcio Costa, na Barra da Tijuca, próximo a um quiosque na altura do Posto 4. Familiares das vítimas liberaram os corpos do Instituto Médico Legal (IML) Afrânio Peixoto, no Rio, no fim da tarde de quinta-feira. À noite, ainda não havia informações sobre os velórios, já que as cerimônias dependiam do traslado e do horário de chegada dos corpos. Irmã de Diego Ralf Bomfim, a deputada federal Sâmia Bomfim (PSol-SP) viajou para Presidente Prudente, no interior paulista, onde o médico nasceu e vai ser velado e sepultado. Os pais deles também moram na cidade

Sobrevivente


O médico Daniel Sonnewend Proença, o único que sobreviveu ao ataque a tiros contra ele e outros três ortopedistas em um quiosque da Barra da Tijuca (RJ), na madrugada de quinta-feira, falou pela primeira vez após o atentado. Em vídeo publicado pela jornalista e colunista Lu Lacerda, do Ig , ele diz que está bem e agradece as mensagens que recebeu de apoio. "Tô bem, viu? Tá tudo tranquilo, graças a Deus. Só com umas fraturas, mas vai dar certo. Vamos sair dessa juntos. Valeu pela preocupação, obrigado", diz ele no vídeo. Daniel foi o único sobrevivente do ataque a tiros contra quatro médicos ortopedistas na Barra da Tijuca e levou cerca de 14 tiros, o que causou 24 perfurações no corpo. Dois desses disparos passaram de raspão. O ortopedista teve lesões no tórax, intestino, pélvis, mão, pernas e pé. Daniel passou por cirurgia de 10 horas para conter os danos causados pelo ataque. No entanto, ele ainda está com uma bala alojada no ombro.
 




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