O juiz Felipe Junqueira d'Ávila Ribeiro, do Fórum da Comarca de Santo Antônio do Descoberto, determinou que os bens apreendidos com o serial killer Lázaro Barbosa, sejam leiloados, doados ou destruídos. O criminoso morreu durante uma troca de tiros com a polícia, em junho de 2021, em uma força-tarefa que contou com mais de 250 policiais, em Águas Lindas de Goiás.
De acordo com o boletim de ocorrência lavrado pela polícia, foram apreendidos com Lázaro duas armas; um carregador de pistola; isqueiro; gandola camuflada; balaclava; luva de pano; frasco branco com óleo; vidro branco com Amoxicilina; miojos; tempero pronto; cebola; biscoito; e uma mochila.
Na decisão, o juiz salienta que, como a pena foi extinta — já que Lázaro morreu —, nenhum familiar procurou à Justiça para manifestar eventual interesse nos itens. Por isso, o juiz determinou que um oficial de Justiça avalie os bens apreendidos para um leilão. Em caso de os bens serem menores que o valor do leilão, o juiz autorizou a doação do maníaco.
Na última hipótese, caso não haja expressão econômica de alguns ou de todos os bens, Junqueira autorizou a destruição dos itens. Em tese, essa é a última fase processual antes do arquivamento definitivo do processo, que se arrasta por mais de dois anos.
Relembre o caso
Lázaro Barbosa é o autor do assassinato de quatro pessoas da família Vidal em Ceilândia Norte, no dia 9 de junho de 2021. Desde então, ficou foragido e se escondeu nos distritos de Edilândia e de Girassol, que pertencem a Cocalzinho. Nesse período, invadiu chácaras, fez pessoas reféns e trocou tiros com a polícia.
Na madrugada de 9 de junho, os empresários Cláudio Vidal de Oliveira, 48, Cleonice Marques, 43, e os filhos do casal, Gustavo Marques Vidal, 21, e Carlos Eduardo Marques Vidal, 15, foram surpreendidos em casa por Lázaro Barbosa. Com arma de fogo e uma faca, ele rendeu a família, matou o pai, os dois filhos e sequestrou Cleonice, que depois foi morta. Pela falta de elementos, até hoje a polícia não sabe dizer se o criminoso agiu ou não sozinho — o inquérito segue aberto na na 24ª Delegacia de Polícia (Setor O).
Ao longo das investigações, surgiram suposições do que poderia ter motivado o assassinato da família Vidal. Entre elas, o fato de Lázaro Barbosa ter sido contratado como matador de aluguel por fazendeiros ou de pertencer a uma organização criminosa especializada em grilagem de terras. Essas hipóteses, no entanto, não são as principais linhas de investigação da polícia.
Antes de cometer os homicídios, Lázaro violou sexualmente outra mulher. A vítima de 39 anos, estava em casa, no Sol Nascente, com o marido e o filho quando, por volta das 2h, o criminoso invadiu o local. Ele rendeu e prendeu os homens em um quarto e roubou os celulares de todos. Depois, levou a mulher a uma área de mata fechada, onde a estuprou.
Sem se intimidar com a mobilização dos policiais, Lázaro invadiu outra chácara um dia depois do assassinato da família Vidal. A proprietária e o caseiro ficaram reféns do criminoso por cerca de cinco horas. Em fuga para o município de Cocalzinho de Goiás, Lázaro cometeu uma série de crimes sem interrupção: baleou pessoas, inclusive um policial, roubou carro, ateou fogo em casa, trocou tiros com caseiro e etc.
Após 20 dias de buscas, no dia 28 de junho de 2021, Lázaro foi assassinado após trocar tiros com policiais militares de Goiás, na cidade de Águas Lindas de Goiás.
Em 14 de março desse ano, o túmulo de Lázaro foi violado. Inicialmente, existia a suspeita de que a cabeça do cadáver havia sido levada, mas foi rechaçada pela Polícia Civil do Estado de Goiás (PCGO). Em maio, a polícia concluiu o inquérito e detalhou que duas pessoas cavaram a sepultura do maníaco porque haviam "sonhado" com Lázaro.