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Estado de Minas CONFLITO NO ORIENTE MÉDIO

Antissemitismo dispara no Brasil com guerra entre Israel e Hamas

Federações israelitas do Rio de Janeiro e de São Paulo registram o aumento de xingamentos, ameaças e mensagens de ódio contra a comunidade. Agressões, que são crime, são razão de preocupação e alerta


20/10/2023 03:55 - atualizado 20/10/2023 08:44
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Passeata da comunidade judaica, no domingo, no Rio de Janeiro
Passeata da comunidade judaica, no domingo, no Rio de Janeiro (foto: (Fernando Frazão/Agência Brasil))

Julianna Valença, especial para o Correio Braziliense


A Federação Israelita do Estado do Rio de Janeiro (Fierj) registrou 87 relatos de crime de racismo e xenofobia contra a comunidade judaica entre os dias 7 e 18 de outubro. Segundo a organização, as manifestações antissemitas passaram a ocorrer com maior intensidade depois que os terroristas do grupo fundamentalista islâmico Hamas atacaram Israel, em 7 de outubro.

Os relatos chegam por meio do canal de denúncias do Departamento de Segurança da entidade e se referem, em sua maioria, a crimes cibernéticos. Antes do mês de outubro, a média de casos de antissemitismo reportados à Fierj era de 3,5 por mês.

Na segunda-feira, um dia após a passeata a favor de Israel, realizada em Copacabana, no Rio, foi encontrado, na Praça Nossa Senhora da Paz, em Ipanema, um cartaz com os dizeres "judeu câncer do mundo". A Subprefeitura da Zona Sul da capital fluminense condenou a prática de racismo religioso e afirmou que foi até o local para a retirada do impresso. A administração caracterizou a prática como "falta de bom senso e de respeito" e busca, nas imagens das câmeras de segurança próximas, identificar e punir os responsáveis.

As ofensas contra judeus caracterizam crime de racismo, segundo a Lei 7.716/89 — "praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional". Crimes que envolvam símbolos ligados ao nazismo têm pena agravada e podem chegar a até cinco anos de prisão.

Ricardo Berkiensztat, presidente executivo da Federação Israelita do Estado de São Paulo, afirma que as demonstrações de antissemitismo se tornaram frequentes. A entidade também tem recebido relatos de ataques de intolerância religiosa nas redes sociais.

"Recebemos denúncias muito fortes de ataques nas mídias sociais, como em comentários de publicações. Temos levado isso às autoridades públicas por meio dos nossos advogados", destaca.

Ainda segundo Berkiensztat, os casos de racismo contra judeus ficaram mais intensos nos últimos anos. Agora, a comunidade teme que se agrave por conta do conflito entre Israel e o Hamas. "Com a guerra, vemos aflorar o antissemitismo adormecido. Nas redes, pessoas publicam coisas do tipo: (Adolf) Hitler falhou. Isso é preocupante para nós", lamentou.

Holocausto

Na II Guerra Mundial, o regime nazista assassinou cerca de 6 milhões de judeus em campos de concentração espalhados pela Europa. Os centros da morte eram administrados pelas tropas regulares das SS — milícia paramilitar ligada ao regime hitlerista chefiada por Heinrich Himmler —, que contaram com soldados de várias nacionalidades, como húngaros, ucranianos, bielorrussos, croatas e cidadãos dos países bálticos.

A decisão pelo extermínio de judeus — chamada de "solução final" — foi tomada na Conferência de Wannsee, localidade anexa a Berlim, em 20 de janeiro de 1942. Da reunião participaram, entre outros, Adolf Eichmann (preso na Argentina para julgamento em Israel, e morto em 1962) e Reinhard Heydrich (que se tornou, com a guerra, governador da então Tchecoslováquia, sendo assassinado pela resistência em junho 1942). (Colaborou Fabio Grecchi)

 


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