Jornal Estado de Minas

PRESIDENTE

Lula diz que não quer 'Forças Armadas na favela brigando com bandido'

A colaboração das Forças Armadas no enfrentamento da crise na segurança pública no país só acontecerá dentro daquilo que já são as atribuições de cada uma delas. É o que disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele garantiu que, enquanto for presidente, não requisitará nenhum tipo de operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO).





 

"Eu não quero as Forças Armadas na favela brigando com bandido, não é este o papel das Forças. Enquanto eu for presidente não tem GLO! Eu fui eleito para governar esse país e vou governar esse país agora", disse enfaticamente o presidente.

 

Lula apontou, porém, que já determinou que Marinha e Aeronáutica ampliem a fiscalização em portos e aeroportos para combater os recursos do crime organizado.

 

"Eu determinei que a Aeronáutica reforçasse o policiamento nos aeroportos e que a Marinha reforçasse o policiamento nos portos brasileiros. Porque nos aeroportos, as drogas e as coisas que são contrabandeadas são quilos. Nos navios, são toneladas, são contêineres. É preciso que a Marinha e a Aeronáutica tenham essa disposição, e foi feito um acordo com o ministro da Justiça (Flávio Dino), com o ministro da Defesa (José Múcio) e com o governo do estado do Rio (Cláudio Castro).

 

Leia: Rio de Janeiro: 35 ônibus são incendiados após morte de miliciano 

 

No apoio federal ao combate ao crime, Lula disse que a Polícia Federal também não deverá assumir as funções das forças de segurança estaduais. Segundo ele, o papel do órgão será de apoio na inteligência e investigação, mas não atuando diretamente no policiamento.





Militares

Questionado sobre o tensionamento nas relações entre civis e militares, Lula reforçou a importância da carreira militar e indicou que as forças devem atuar no seu papel constitucional e negou a necessidade de intervir na Defesa.

 

Leia: Dia virou noite? Rio de Janeiro amanhece em escuridão, veja vídeo 

 

"O que aconteceu recentemente com o 8 de janeiro foi um desvio, pela existência de um governante que fazia tudo, menos governar. Que achava que poderia utilizar as instituições como instrumento dele para fazer política. Que não tinha nada de republicano na cabeça dele", seguiu, em referência ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

 

"Eu acho que a palavra intervenção não é a mais correta. O que nós estamos fazendo é tentar mostrar para a sociedade brasileira que militar não é melhor que civil, e civil não é melhor que militar. Que os dois são brasileiros, estão subordinados a uma Constituição, cada instituição tem sua função", disse.