No apagar das luzes de um ciclo de recessão econômica, atrelado à falta de governança e ao descompromisso com o múnus público, Minas poderá já no próximo ano dar os primeiros sinais de retomada da sua vitalidade produtiva com o esperado florescimento de um novo polo industrial acoplado à infraestrutura aeroportuária de Confins.
Parece injustificável que projeto tão promissor tenha ficado latente tanto tempo e só agora comece a se transformar em realidade, ganhando os primeiros contornos de um autêntico hub de empresas de alta tecnologia, que poderão exportar produtos de alto valor agregado em regime especial de alfândega e tributação. Intrinsecamente, propiciando riquezas e oportunidades de empregos de qualidade.
Ainda parlamentar, apresentei o Pró-Confins como iniciativa legislativa no ano de 1999, inspirado nas ideias da primeira gestão do ex-prefeito de Lagoa Santa Genesco Aparecido de Oliveira, que foi transformado na Lei 13.449/2000 e estabeleceu o conceito de “aeroporto-indústria”, logo incorporado ao grande projeto de desenvolvimento do Vetor Norte – cujo Master Plan foi coordenado pelo competente economista Luiz Antônio Athayde.
Em março de 2014, o então governador Antônio Anastasia entregou o terminal concluído, com investimentos de cerca de R$ 17 milhões, por meio da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig). Outros investimentos vultosos – R$ 340 milhões – foram feitos no entorno para garantir a necessária acessibilidade ao sistema, o que permitiu duplicar duas rodovias – a LMG-800 e a MG-424 – que, reformuladas, passaram a integrar o tráfego especial da região.
A obra beneficiou, diretamente, 2,9 milhões de pessoas de nove municípios – Belo Horizonte, Conceição do Mato Dentro, Confins, Jaboticatubas, Lagoa Santa, Pedro Leopoldo, Santa Luzia, São José da Lapa e Vespasiano –, além dos mais de 10 milhões de passageiros que, a cada ano, utilizam o nosso Aeroporto Internacional Tancredo Neves.
Neste momento em que a concessionária BH Airport anuncia a licitação para a instalação de indústrias nos 50 mil metros quadrados de área disponível, o Pró-Confins se impõe como um marco divisor de diferentes trechos de história – a partir de uma ousada visão de futuro, lamentavelmente interrompida pela incompreensão e imobilismo do atual governo.
Nesta virada de página é imperativa a participação das forças produtivas, com a visão vanguardista capitaneada pela Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), tendo à frente o dinâmico presidente Flávio Roscoe. Da mesma forma, no limiar do governo Romeu Zema, configura-se também a regência do apoio institucional, dando, assim, o passo fundamental para integrar o governo de Minas ao novo polo industrial mineiro.
A exemplo do que houve no aeroporto Changi, em Cingapura, eleito pela sexta vez o melhor do mundo, a abertura de Confins para as indústrias é o maior voo em céu de brigadeiro para o desenvolvimento e a diversificação econômica da Minas mediterrânea, que encontra no aeroporto-indústria o sucedâneo estratégico à ausência dos portos marítimos.
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