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A implementação de um radical programa de privatização, logo após a aprovação das imprescindíveis reformas previdenciária e tributária, é a aposta do governo para que o Brasil volte a crescer a taxas que retirem o país do marasmo econômico em que se encontra, desde que saiu da pior recessão de sua história. Em entrevista ao jornal britânico Financial Times, um dos mais conceitudaos periódicos de economia do mundo, o ministro da Economia, Paulo Guedes, foi enfático ao defender a necessidade de lançar um arrojado plano de privatização.

Na avaliação do chefe da equipe econômica, a iniciativa diminuirá o gigantismo do Estado brasileiro. Isso, certamente, dará competitividade às empresas geridas por pessoas indicadas por políticos, quase sempre maus gestores, e responsáveis pelo mau desempenho das mesmas, quando não se envolvem em nebulosos casos de corrupção. Guedes foi taxativo quando afirmou que não haverá "vacas sagradas" no programa de privatizações, o que significa que todas as estatais são passíveis de ser transferidas para a iniciativa privada, devolvendo ao Estado a sua real vocação: cuidar da saúde, educação, segurança e infraestrutura, esta última com a participação do capital privado.

Descrito pelo Financial Times como o homem escolhido pelo presidente Jair Bolsonaro para reascender a economia, o ministro disse esperar que as mudanças na Previdência gerem uma economia de pelo menos R$ 1 trilhão, em 10 anos. Para que essa previsão se concretize, o Congresso Nacional tem de dar celeridade na aprovação da proposta que o governo enviará ao Legislativo, proximamente.

Ele fez questão de ressaltar que o Brasil seguirá em direção a uma economia voltada para o mercado e que as reformas previdenciária e tributária fazem parte de um processo econômico de melhoria. "Qualquer um que não possa ver isso está interpretando mal o Brasil", disse num recado direto aos agentes econômicos internacionais. Lembrou que o país apresenta péssimos índices globais e que esse quadro não pode perdurar – apesar de ser a oitava economia do mundo, o Brasil é o 130º colocado no ranking de grau de abertura e o 128º em termos de facilidade de se fazerem negócios. Sua meta é cortar esses rankings pela metade em quatro anos, com a redução de gastos públicos, revisão do código tributário, redução da burocracia e privatização.

No campo político, ao ser questionado pelo jornal britânico sobre um liberal como ele trabalhar com um conservador como o presidente da República, Guedes disse que não vê problema algum, já que foi chamado para reorganizar a economia brasileira.

Foi firme ao afirmar que compartilha com o presidente Bolsonaro a visão de se renovar o país e "libertar" os jovens do "fardo socialista" do Partido dos Trabalhadores (PT). Garantiu que o governo manterá os gastos sociais, mas também acabará com a corrupção, privilégios e benefícios. Espera-se que a clara mensagem do ministro da Economia sirva de incentivo para que os investidores externos voltem a ver o Brasil como porto seguro para seus investimentos, o que só contribuirá para a retomada consistente do crescimento.

 

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