Jornal Estado de Minas

Vazio interno e o excesso de consumo

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No aprendizado das práticas meditativas, existe o conceito de que muito do nosso sofrimento está no apego e no desejo de ter mais. O que essas pessoas não sabem, e precisam aprender, é que a busca pela felicidade nem de longe está no "ter".

 Quantas vezes alguém sentiu um vazio interno, foi ao shopping, comprou um monte de coisas e voltou para casa com o sentimento de satisfação? Essa sensação é falsa e momentânea. Logo o vazio volta, pois não são roupas novas que preencherão esta lacuna e, tampouco, resolverão suas angústias.

 Daí a necessidade de ter autoconhecimento, descobrir sua identidade, suas necessidades e o que realmente é importante na sua vida. Sem precisar torrar o cartão de crédito.

 Faça um checklist da sua vida. Identifique o que tem de errado e tente mudar ou resolver o problema. Pense em quem você é, quais os seus valores, suas metas. Sinta se você está feliz com a vida que leva ou apenas acomodado. Descubra o que lhe dá prazer em viver, e que não tenha relação com consumo.
 
À medida que percebemos nossas prioridades, começamos a desapegar e construir uma nova forma de viver.

Respiramos com alívio quando, em vez de passar a tarde no shopping, preferimos ir a um parque. Em vez de comprar mais um livro, resolvemos começar a ler algum dos 17 que estão empilhados no criado-mudo.  

O excesso de consumo significa prejuízo ao ser humano e ao planeta. O consumo exagerado é um sinal de alerta para as pessoas, mas é também um estrago ao nosso planeta.

Durante um mês de férias na Austrália e Nova Zelândia, pude conhecer a cultura do All we need is less (Tudo o que precisamos é de menos). Menos consumo, maior sustentabilidade, menos destruição, maior integração e respeito pelo meio ambiente.

Não senti falta de nada.
Não vi um canudo de plástico, a maioria das lojas e supermercados usavam sacolas de papel ou os próprios consumidores levavam as suas.

Passar dias vivenciando esse sistema e, melhor, constatando os resultados, me fez enxergar o quanto podemos (e precisamos) mudar nossos hábitos de vida e necessidades de consumo.

Claro, ainda vivemos em um mundo cujo foco é a aceleração econômica. Porém, pouco a pouco, as pessoas começam a despertar para o fato de que crescer a cada ano significa usar mais os recursos do planeta. E como diz uma estampa de camiseta que circula por aí: "Não existe planeta B".

Como é possível crescer sem acabar com nossos recursos limitados? Será que realmente precisamos consumir e produzir o dobro a cada ano e encher nossas casas com coisas de que muitas vezes nem precisamos? É hora de refletir. De mudar. Pela sua felicidade e pelo bem do planeta.


Que o seu 2019 seja assim: com menos excesso e mais consciência!
 .