Não é novidade que nosso estilo de vida vem impactando, negativamente, o clima e o meio ambiente do planeta em geral. Assuntos como o buraco na camada de ozônio, aquecimento global e derretimento das calotas polares tornaram-se lugar-comum nos telejornais. Em resposta a essas questões, iniciativas que visam à sustentabilidade surgem, diariamente, a partir de demandas da sociedade, poder público e empresas, que buscam encontrar formas de coexistir de maneira equilibrada com o nosso planeta.
O consumo consciente é um recurso que tenta remediar estragos causados pela irresponsabilidade passada. O Instituto Akatu, organização que trabalha pela conscientização e mobilização da sociedade em prol de um consumo baseado na sustentabilidade, coordenou pesquisa em 2018 que apontou o aumento do interesse da população brasileira pelo tema.
O tripé “reduzir, reutilizar e reciclar” tornou-se mantra que ecoa aos quatro ventos no mercado. Porém, existem dificuldades para o sucesso de iniciativas calcadas no consumo consciente. Nos Estados Unidos, empresas como a Clorox e a Philips encontraram grande resistência do mercado ao lançar produtos "amigos do meio ambiente", já que parte da população, mesmo sendo simpática ao tema, não estava disposta a pagar uma quantia muito maior por um produto desta categoria.
Contudo, vê-se, cada vez mais, movimentação, tanto na sociedade quanto no poder público, em apoio a essas iniciativas. O banimento de canudos plásticos no Rio de Janeiro é um exemplo que, certamente, será copiado rapidamente por outras cidades no Brasil. Essa tendência abre campo para uma série de novas marcas e empresas, que já nascem com a essência da sustentabilidade em seu DNA.
E, é nesse ponto que reside o potencial de sucesso do marketing sustentável: empresas que, de fato, tenham envolvimento legítimo com causas ambientais, sociais, culturais e, por que não, econômicas. Marcas que levantam uma bandeira em prol da defesa do meio ambiente, empoderam uma minoria ou trazem impactos num processo amplo de mudança cultural tendem a ser mais valorizadas pela sociedade como um todo, e não apenas pelos grupos que representam. É por isso que digo que o compromisso do marketing sustentável só será bem-sucedido se esse tema fizer parte da cultura da organização.
Pequenas iniciativas que busquem reduzir os resíduos produzidos em sua operação, priorizar arquivos digitais em vez de impressos e preocupar-se, verdadeiramente, com a segurança e o bem-estar de seus colaboradores são bons exemplos para se começar. E, como tenho ouvido bastante nesses últimos tempos, “fazer o bem vicia”. Quando começamos a aplicar a sustentabilidade e a empatia também nos negócios não queremos mais parar.