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Urgência se tornou quase um mantra entre os analistas econômicos e as pessoas antenadas com a difícil fase que o país atravessa. Um número é suficiente para acender a luz vermelha e escancarar a imediata necessidade de mudança – 13 milhões de desempregados que, somados aos desalentados e aos ocupantes de cargos inferiores à formação profissional, se aproximam de 28 milhões. Trata-se de quase dois terços da população argentina. É assustador. Daí a pressa.

O Congresso parece ter entendido que se esgotou o tempo das idas e vindas, quedas de braço e picuinhas estéreis. Rápido balanço da semana autoriza a afirmação. O Senado aprovou a medida provisória das aéreas, que abre as portas para maior competição no setor e acena com a democratização dessa modalidade de transporte, essencial em um país de dimensões continentais como o Brasil.

Deputados concluíram os trâmites da MP da reforma administrativa, que modificou a estrutura da Esplanada ao reduzir de 29 para 22 o número de ministérios. O texto seguiu para a Câmara Alta, que deve votá-lo sem alterações.

A reforma tributária também recebeu um empurrão.

A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania deu sinal verde à admissibilidade da PEC, que acaba com cinco tributos e os substitui por apenas um. A medida vem ao encontro de velho pleito da classe empresarial pela simplificação fiscal.

Não só. Outra iniciativa de suporte à agenda reformista se refere à Previdência. O relator do projeto na Comissão Especial, deputado Samuel Moreira, fez declarações tranquilizadoras. Afastou a possibilidade de texto alternativo, que poderia desidratar de tal forma a proposta que ela perderia a “potência fiscal”, como diz Paulo Guedes – a capacidade de assegurar economia de pelo menos R$ 1 trilhão no decorrer de uma década. Mais: prometeu entregar o relatório antes de 15 de junho.

Outra boa nova veio de fora do país. Os Estados Unidos anunciaram apoio ao pleito do Brasil de integrar a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), o clube dos ricos, formado sobretudo pelas nações mais desenvolvidas do mundo.
Trata-se de tentativa de obter selo de reconhecimento internacional, que pode contribuir para a melhora da economia nacional.

São fatos que reacendem a esperança de milhares de brasileiros que foram às urnas em outubro para renovar o Executivo e o Legislativo, mas se decepcionaram ao longo dos cinco meses de 2019. Com razão. As más notícias se sucedem, as autoridades se perdem em irrelevâncias, o país caminha rumo à depressão. Mas a semana mostrou que o enredo pode ser diferente. Que seja a primeira de muitas..