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Cuidados paliativos: é preciso superar preconceitos


postado em 08/11/2019 04:00

Alexandra Malagon
CEO da Vitallis

O diagnóstico de problemas de saúde complexos costuma trazer impactos na vida dos pacientes. Afinal, após a descoberta de doenças graves, tornam-se necessárias a adoção de uma nova rotina e diversas adaptações. Esse movimento, em grande parte dos casos, ultrapassa apenas a saúde física, envolvendo questões psicológicas, sociais e financeiras.

Para facilitar o processo de tratamento e reduzir os efeitos negativos da adaptação à nova rotina, a assistência médica tem adotado, nos últimos anos, os cuidados paliativos. A proposta dessa modalidade de assistência é promover o cuidado integral aos pacientes por meio da prevenção e do controle de sintomas de pacientes que enfrentam doenças graves, crônicas ou ameaçadoras à vida.

A ideia é atuar de forma integrada, considerando a recorrente concomitância de enfermidades e o próprio contexto em que o indivíduo está inserido. Na prática, as ações, em vez de se restringir ao atendimento isolado ao paciente, abrangem também familiares, cuidadores e equipe de saúde.

A equipe de cuidados paliativos, nesse sentido, atua no cuidado do paciente e de seu entorno com o objetivo de melhorar a qualidade de vida de todos os envolvidos no enfrentamento da doença. A atuação multidisciplinar, portanto, tem como finalidade melhorar o conforto físico do paciente e diminuir a dor e o mal-estar causados pela doença.

Diante dos inúmeros benefícios e da comprovada eficácia, a adoção de cuidados paliativos tem sido amplamente defendida e aplicada em países desenvolvidos. Nos Estados Unidos, em 2016, por exemplo, cerca de três em cada quatro hospitais com mais de 50 leitos contavam com equipes especializadas em cuidados paliativos, de acordo com dados do Center for Advanced Palliative Care (CAPC).

No Brasil, no entanto, o desconhecimento e a desinformação com relação a essa modalidade de tratamento têm atrasado a adoção da prática, o que se reflete nas estatísticas. Dados da Academia Nacional de Cuidados Paliativos (ANCP) mostram que, dos mais de 5 mil hospitais brasileiros, apenas 10% disponibilizam um time de cuidados paliativos.

Querendo preencher essa lacuna e oferecer o atendimento necessário aos pacientes, a Vitallis lançou no país um programa inédito voltado para cuidados paliativos. O serviço é oferecido em parceria com a Fundação New Health, instituição internacional sem fins lucrativos dedicada ao estudo e à otimização de sistemas de saúde, assistência social, apoio familiar e meio ambiente.

Já aplicado com sucesso na Colômbia, o programa, denominado Contigo, visa proporcionar boas práticas de gestão e atenção aos pacientes portadores de doenças graves, crônicas ou terminais que necessitam de cuidados paliativos. A abordagem da iniciativa envolve toda a rede de serviços, nos níveis ambulatorial, domiciliar e hospitalar, para atender plena e integralmente os pacientes e seus familiares.

Hoje, mais do que nunca, é importante discutir esse tipo de ação e pensar em formas de proporcionar a melhoria da qualidade de vida de pacientes que convivem com doenças complexas. Isso faz parte do futuro da medicina.


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