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Estado de Minas

Biblioteca perde espaço para primeira-dama

Em vez de criar um ambiente mais acolhedor e convidativo, preparado para receber turistas e visitantes, está sendo reduzido


postado em 10/03/2020 04:00




Marcos Miranda
Presidente do Conselho Federal de 
Biblioteconomia (CFB)

O número de cidades brasileiras com bibliotecas públicas apresentou uma queda de quase 10% em quatro anos, conforme a Pesquisa de Informações Básicas Municipais (Munic) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A quantidade caiu de 97,7%, em 2014, para 87,7%, em 2018. Neste mês do bibliotecário (março), os dados acendem um alerta para a necessidade urgente de valorização das bibliotecas brasileiras, assim como do importante reconhecimento da profissão: bibliotecário. O cenário toma proporções alarmantes com o recente anúncio que, até mesmo a tradicional biblioteca da Presidência da República, em Brasília, perderá espaço para receber a equipe coordenada pela primeira-dama. A situação representa a completa falta de respeito ao conhecimento e ao bibliotecário brasileiro.
A biblioteca da Presidência foi criada no governo do presidente Wenceslau Brás, entre 1914 e 1918, acumulando mais de 100 anos de história e um rico acervo com 42 mil itens, inclusive 3 mil discursos de presidentes da República, obras de direito, economia e administração. É parte vital do Brasil, abrindo portas para a compreensão da esfera social e política nacional.
A redução do espaço acarreta grande prejuízo à preservação da memória e história do país. As áreas destinadas para consulta ao acervo e coleções documentais, leitura e pesquisa devem ser estabelecidas com base nos princípios e preceitos da biblioteconomia. A atualização é constante, já que o momento atual um dia se tornará história. O comprometimento do ambiente com sua capacidade de armazenamento reduzida, o manejo do espaço para abrigar outras obras e equipamentos se tornarão um desafio.
A preservação do espaço, a manutenção dos serviços bibliotecários e a coleção de livros e documentos como preservação da memória nacional são parte do direito à informação e ao conhecimento de todas as gerações de brasileiros. A decisão de reduzir vai na contramão da necessidade de expansão das bibliotecas para abranger a maior quantidade de conteúdo possível. Outro problema é que a redução também afeta o espaço destinado ao público. Em vez de criar um ambiente mais acolhedor e convidativo, preparado para receber turistas e visitantes, está sendo reduzido.
A diminuição de um espaço tão importante dispara um alerta preocupante para as demais bibliotecas. O combate ao sucateamento e a desvalorização das bibliotecas requer investimento em uma política nacional para garantir a gestão e configuração do campo biblioteconômico, a democratização e acesso à informação, a formação e capacitação de recursos humanos e a modernização da infraestrutura das bibliotecas.
É fundamental lembrar também que os usuários, leitores e os brasileiros em geral têm um papel extremamente significativo para a valorização das bibliotecas. Exigir dos parlamentares bibliotecas com bibliotecários e acervos atuais para atender as necessidades com equipamentos de última geração para o acesso à informação também são ações para contribuir com a valorização do profissional e desse ambiente tão rico para a cultura do país.



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