Jornal Estado de Minas

editorial

Fôlego pra sair da crise

Conteúdo para Assinantes

Continue lendo o conteúdo para assinantes do Estado de Minas Digital no seu computador e smartphone.

Estado de Minas Digital

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Utilizamos tecnologia e segurança do Google para fazer a assinatura.

Experimente 15 dias grátis




A pandemia do novo coronavírus forçou a esmagadora maioria dos setores produtivos a se adaptar à nova realidade imposta pelo isolamento social, única arma conhecida, até agora, que, comprovadamente, freia o avanço da COVID-19. E o setor siderúrgico, um dos pilares da economia nacional, não ficou de fora. São muitas as medidas adotadas pelas companhias para se moldar aos novos tempos, com a atividade econômica em baixa, já que o consumo caiu a níveis nunca antes vistos – previsões de economistas dão conta de que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil possa ter uma retração de mais de 5% este ano.


 
A nota positiva é que todas as providências tomadas pelas empresas, nas palavras de seu dirigentes, visam à preservação das vidas de seus colaboradores. As quase 30 siderúrgicas que operam no território brasileiro sentem os efeitos negativos da crise desencadeada pelo novo coronavírus. A indústria do aço, que já vinha enfrentando dificuldades por causa dos baixos índices de crescimento econômico, também foi atingida pela guerra comercial travada pelos dois gigantes da economia mundial, Estados Unidos e China.
 
Medidas tiveram de ser adotadas pelas principais siderúrgicas do país para a manutenção mínima da operação, como fizeram a Companhia Siderúrgica Paulista (em Cubatão, São Paulo), Usiminas (em Ipatinga, Minas Gerais) e Companhia Siderúrgica Nacional – CSN (Volta Redonda, no Rio de Janeiro). Além dos sistema de trabalho remoto (home office) para boa parcela dos empregados, a entrada e saída de fornecedores e trabalhadores é rigidamente controlada, inclusive com medição de temperatura, e o distanciamento social virou rotina.
 
Um dos maiores problemas para as companhias é que o setor automotivo e a construção civil estão praticamente paralisados. As montadoras, por exemplo, deram férias coletivas aos seus funcionários até o final do mês, o que afeta, diretamente a produção, principalmente, de aços planos. Pela previsão do Instituto Aço Brasileiro (IABr), entidade que representa o setor, a queda no consumo do produto neste ano, no Brasil, será da ordem de 20%.


 
Diante do quadro atual, a produção na usina paulista de Cubatão ficará suspensa por 30 dias. A Usiminas também decidiu paralisar, temporariamente, dois alto-fornos e uma aciaria. A companhia continua operando um alto-forno, uma aciaria e as laminações e galvanizações. Tudo para se ajustar ao retraído mercado interno e externo. A pandemia forçou as grandes siderúrgicas a se adaptarem como todos os setores produtivos. O que se espera é que o parque industrial brasileiro, inclusive a estratégica siderurgia, tenha fôlego para sair desta crise sem prejuízos irreversíveis.