Os brasileiros estão acompanhando, perplexos, com absoluta razão, a disputa pela paternidade, manchetes e fotografias de atos inaugurais de vacinação contra a COVID-19 desde o domingo passado.
Algumas dessas ações de marketing chegam a ser ofensivas à memória dos mais de 200 mil mortos e aos milhões de infectados pelo vírus e que lutam por sua vida, bem como afrontam seus familiares e amigos, mergulhados na dor e no sofrimento.
A espetacularização ocorre mesmo após saberem que o que temos de estoque de vacinas até agora, no país, é suficiente para a proteção de apenas 0,5% da nossa população.
A história, com certeza, vai julgar e dar o devido tratamento àqueles que foram omissos, dissimulados ou aproveitadores da esperança do povo e reconhecerá os méritos daqueles que agiram com o devido senso de responsabilidade e humanidade.
A luta contra a COVID ainda será longa e não será vencida pelos negacionistas ou pelos marqueteiros de plantão, mas pela força e pela resiliência do povo, pela crença na ciência e pelos líderes que verdadeiramente pensam e agem em favor do bem-estar e da saúde da população.