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Sem almofadas e com harmonia. Agora, é crescer

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Fábio P. Doyle
Da Academia Mineira de Letras
Jornalista

Foi uma belíssima lição de equilíbrio, de respeito, de dignidade, de democracia, no que o regime tem de mais elogiável, a sessão realizada no Senado Federal de abertura dos trabalhos legislativos de 2021.





A falta de educação, de respeito, de civilidade de meia dúzia de moleques – como definir o ato a não ser como molecagem? –, com gritinhos esganiçados e palavrões grosseiros, certamente encomendados, contra o presidente, no início da histórica solenidade, só merece desprezo e a lata de lixo.

Estavam presentes o presidente da República, Jair Bolsonaro, representando o Poder Executivo, o ministro Luiz Fux, presidente do Supremo Tribunal Federal, pelo Judiciário, Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, e Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados, pelo Legislativo. Além de outras autoridades.

Há muitos anos não presenciamos, a sessão inaugural do ano legislativo foi transmitida por vários canais de TV, uma solenidade com oradores  tão sóbrios, tão objetivos em seus conceitos, tão harmônicos em seus pensamentos e ideais, voltados para o bem, para o progresso, para a grandeza e respeitabilidade ética do país.





Uma harmonia, sustentada pelos quatro oradores, Bolsonaro, Fux, Lira e Pacheco, necessária, indispensável para qualquer nação em crise, como a nossa, enfrentando velhos entraves políticos e administrativos, agravados por uma pandemia que já se prolonga por mais de um ano. Uma harmonia inexistente até o primeiro dia deste mês.

Desarmonia provocada e incentivada por políticos recalcados, felizmente afastados das posições de comando que exerciam pelo voto lúcido de seus próprios pares, deputados federais.

Espera-se, agora, que o interesse do país e o dos seus cidadãos não seja abandonado e engavetado, como vinha acontecendo, com projetos de reformas importantes, tais como a administrativa e tributária, paralisados, transformados em almofadas que acomodavam traseiros agora banidos de suas confortáveis poltronas. Vocês me desculpem, mas entendem.

A ELEIÇÃO 
Não foi como deveria ter sido a eleição no Senado e na Câmara. Não me refiro ao resultado, pois os que deveriam ser eleitos, Rodrigo Pacheco e Arthur Lira, foram. O que decepcionou os que ainda acreditam no suposto alto nível cultural e comportamental dos senhores congressistas, foi o que se viu nas chamadas "sessões preparatórias". Uma pobreza intelectual e de bom senso de dar pena.





No Senado, dos quatro candidatos, dois fizeram seus discursinhos de exaltação de uma candidata e de ataques ao outro e aos seus apoiadorers maiores, o presidente da República e ao senador que se afastava do comando daquela Casa. Ao final da arenga, como já se sabia, retiraram suas candidaturas em favor da candidata. Tudo combinado. Não adiantou. Foram derrotados. Massacrados.

Na Câmara foi pior, pelo número de candidatos, pelos discursos insossos, pelo choro do grande derrotado, o sr. Rodrigo Maia. Deu pena. Mas ele recebeu, na derrota de seu candidato e na sua própria, o retorno de tudo de errado, de abuso, de traição, de arrogância, de prepotência que praticou na sua já longa e acidentada vida pública. Ele se esqueceu de que tudo de errado que se faz, tem seu preço. O dele foi agora cobrado. E pago.

Quanta confusão, quanto tremelique, quanto anda-e-volta, quanta perda de tempo em uma votação que deveria ser simples, direta, rápida

Como alguns senadores demoram a votar! Uma de cabelos pretos chegou, olhou, chamou a fiscal, colocou os óculos, chamou de novo, demorou, saiu com o envelope na mão perguntando se era para botar na urna!

Jair Bolsonaro venceu em dose dupla e folgada. Ao eleger, seu apoio foi decisivo, dois presidentes, o do Senado e o da Câmara, demonstrou seu prestígio e sua influência na política. Seus adversários, derrotados, demonstravam a tristeza nas fisionomias fechadas e contraídas. Devem ter dormido pessimamente de segunda para terça-feira, com pesadelos seguidos.





Rodrigo Otávio Pacheco, eleito presidente do Senado, não é mineiro apenas de nascimento. Ele nasceu quando seus pais moravam em Porto Velho, Rondônia. Logo depois eles retornaram a Passos, sudoeste de Minas, terra de sua mãe, Marta Maria Soares Pacheco, casada com Hélio Costa Pacheco, seu pai, onde foi criado. Sua família mudou-se para BH, onde ele terminou os estudos, formando-se em Direito pela PUC em 2000, especializando-se em Direito Penal e econômico.

Elegante, austero, culto, educado, nos fez lembrar de Milton Campos. O Senado ganhou.

Rodrigo Pacheco já vem sendo apontado como candidato ao governo de Minas em um futuro que pode ser próximo ou  mais distante. Afinal, ele tem 44 anos e Romeu Zema, atual governador, candidato a reeleição, vem fazendo uma gestão séria, correta, com bons resultados.

Aí está a nova composição político-partidária-administrativa do nosso país. Que não nos decepcione mais uma vez.

audima