(none) || (none)
UAI

Assine agora o Estado de Minas por R$ 9,90/mês. ASSINE AGORA >>

Publicidade

Estado de Minas

Os caminhos futuros do dólar

A tendência é de queda da moeda americana, ainda que seja discreta a fé dos economistas de que esse movimento se mantenha até o fim de 2021


29/06/2021 04:00

Stephanie Louise Lein
Gerente de câmbio na Atrio Investimentos
 
Há exatamente um mês, no fim de maio, deparávamos com o dólar em um patamar pouco acima da casa dos R$ 5,30. Bastaram 30 dias para que o mercado registrasse uma desvalorização da moeda norte-americana bem próxima dos 7% nesse período, abaixo dos R$ 5. Foi o primeiro rompimento dessa margem em um ano.

Os motivos para a pressão negativa sobre o dólar são diversos, a começar pela ata do Comitê de Política Monetária (Copom), que não só voltou a elevar a taxa Selic em 0,75%, fazendo-a saltar de 3,5% para 4,25%, como também sinalizou que a inflação deverá ganhar força nos próximos meses. Estimativas sugerem uma taxa entre 6,5% e 7,5% no fim do ano, mais de três vezes os 2% que perduraram até março.

Na contramão, o Federal Reserve (FED), o banco central dos Estados Unidos, mantém suas medidas de contenção à inflação ante a pandemia, preservando a taxa de juros próxima de zero. E, pelas declarações do presidente do FED, Jerome Powell, há fortes indícios de que não haverá mudanças dessa política até o fim do ano.

Falando em política, acrescente a esses dois cenários, que já convergem contra o dólar, outros dois temperos vindos direto de Brasília: crescem as expectativas em torno da aprovação da reforma administrativa pelo Senado Federal até setembro, e a privatização da Eletrobras já está em contagem regressiva para acontecer.

Diante de tudo isso, a tendência ainda é de queda da moeda americana, ainda que, pelo menos por enquanto, seja discreta a fé dos economistas de que esse movimento se mantenha até o fim de 2021. A média das estimativas, no entanto, já sofreu ajustes: em maio, estava em R$ 5,30. Nos primeiros dias de junho, as apostas quanto ao valor com que o dólar fechará o ano já haviam caído para R$ 5,20.

O fato é que a elevação dos juros no Brasil atrai investimentos em real, como, por exemplo, em renda fixa indexada à taxa Selic. Como a redução contínua dos juros nos últimos anos distanciou o investidor desses papéis, houve um esfriamento do mercado conservador que contribuiu para a desvalorização da moeda brasileira. Alguns economistas, aliás, atribuem a elevação do dólar às baixas taxas de juros adotadas pelo Copom.

Como tudo na economia, há prós e contras no cenário de queda do dólar. O ponto positivo é a retomada de algumas aplicações, maior poder de compra e reaquecimento do turismo. O lado negativo é o aumento da concorrência do produto importado frente ao nacional, redução da competitividade brasileira no cenário estrangeiro e menor atração de capital externo no país.

Qual desses lados vai vigorar? Vai depender das respostas que o próprio mercado oferecerá e também do perfil do investidor. Como o ideal é tentar sempre que possível enxergar o copo meio cheio, diria que há boas oportunidades por trás dessa queda. Só o tempo dirá. 

Continue lendo os seus conteúdos favoritos.

Assine o Estado de Minas.

price

Estado de Minas

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine
Sign in with Google

Publicidade

(none) || (none)