Jornal Estado de Minas

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És urgente defender a democracia no Brasil






José Anchieta da Silva
Presidente da ACMinas

O Brasil vive um momento delicado da sua história. A crise que se instalou entre os três poderes, somada aos retrocessos sociais e econômicos vistos nos últimos anos, agravada em extraordinária medida por uma pandemia muito mal administrada por relevantes atores públicos, apontando, esse conjunto, para uma necessidade de se defender a democracia; a ordem jurídica instaurada, a partir de um significado novo para a palavra patriotismo. O passo primeiro para modificar as instituições começa por respeitá-las. Não há outro caminho.





Inspirado no “Manifesto” assinado por mineiros ilustres em 1943 contra a ditadura Vargas, nasceu o Segundo Manifesto dos Mineiros ao Povo Brasileiro, documento que reúne já mais de duas centenas de assinaturas de personalidades, lideranças, empresários, legítimos representantes, enfim, da sociedade civil apontando caminhos e concitando para uma revolução de ideias, uma mudança de comportamento, sem rupturas e sem a utilização de mentiras e de confronto nas ruas.

É urgente e indispensável propor reformas amplas no sentido de bem conduzir o Brasil como nação: a reforma político-eleitoral, a reforma administrativa, a reforma do sistema de educação (só a educação transforma as pessoas), a reforma do sistema de segurança, a reforma orçamental e econômica, a reforma do sistema tributário, entre outras.

A Constituição Federal vigente já cumpriu o seu papel, valorizando a cidadania e assegurando a democracia. Quanto aos demais, ela acaba sendo antônima de si mesma, na medida em que detém, para cada uma mesma pergunta, como resposta, um sim e um não. É tema que necessita ser enfrentado, com apurado civismo e despido de agressividade que não constrói.





É necessário e também é urgente pôr fim a odiosos privilégios. É imperativo que se criem controles para erradicar a corrupção. É preciso recriar algo do feitio daquele “Poder Moderador”, criado por Benjamin Constant, fazendo ouvir a ponderada voz da sociedade civil por intermédio de suas acreditadas instituições.

É preciso, mais uma vez, somar todos os esforços no sentido de consolidar a democracia, fortalecendo-a em todos os seus valores. É preciso erradicar a fome, a miséria, o analfabetismo. É preciso consumir o dinheiro público na construção de obras de infraestrutura básica. É preciso estancar a escalada da criminalidade e da violência.

Fica aqui o registro de uma concitação a todos os brasileiros de bem para que, ao assumirem posições pessoais, o façam no sentido de contribuir na construção de um Brasil que possa orgulhar a gente brasileira. É preciso tomar como exemplo a ação, a atitude daqueles mineiros subscritores do Manifesto de 23 de outubro de 1943. Sem democracia não há futuro.

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