Jornal Estado de Minas

O dinamismo da economia de mercado

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Gilson E. Fonseca
Sócio-diretor da Soluções em Engenharia Geotécnica (Soegeo)
 
Em 2008, o banco Americano Lehman Brothers, com a falência, causou um dos maiores distúrbios na economia mundial face aos financiamentos às pessoas físicas e jurídicas sem o lastro necessário, arrastando várias economias ao redor do planeta. Entretanto, os Estados Unidos mostraram por que são a maior economia global, ao entrar em ação emprestando dinheiro às empresas mais sujeitas à insolvência, inclusive à Ge- neral Motors, ícone americano.





Embora haja sequelas até hoje, muitas empresas faliram e, sobretudo, famílias perderam suas casas por não conseguir pagar financiamentos, mas o furacão passou. Lembro-me da inteligente quadrinha do poeta Bastos Tigre: “Tudo muda, tudo passa/Neste mundo de ilusão/Vai para o céu fumaça/Fica na terra o carvão”.

Hoje, deparamos com o enfraquecimento da gigante chinesa Evergrande, com dívidas que chegam aos US$ 300 bilhões. Se o governo chinês, que é socialista e adota a economia de mercado quando lhe convém, não entrar no processo de ajuda econômica para estabilizar o mercado, as consequências também serão graves.

A Evergrande é grande compradora de aço e por tabela de minério de ferro: as principais commodities, com o agronegócio, nas exportações brasileiras. A ansiedade no Brasil é grande, visto que, além da pandemia, o país passa por uma dificuldade política preocupante, já que as reformas necessárias dormitam nas gavetas do Congresso. Os solavancos econômicos no Brasil, a própria transformação do mundo e a exacerbação da concorrência indicam outras estratégias gerenciais para quem quer permanecer no mercado.





No planejamento gerencial, muitas vezes, a perspectiva histórica é mais importante que a  perspectiva futura, pois nela se encontram os indicativos de correção de rumos, porque o mercado, por si só, não dá todas as indicações e também porque a vida nos ensina que do erro devemos tirar o melhor ensinamento. 

Há empresários, entretanto, que não aprendem nem mesmo com a própria experiência ne- gativa. O chamado milagre brasileiro chegou a ter crescimento econômico de mais de 12% ao ano, mas, sem fundamentos sólidos, provocou já na década seguinte recessão e anos seguidos de estagnação. Nos anos 1970, as demandas eram tão grandes que, em várias áreas, empresas e clientes inverteram seus papéis: os compradores é quem corriam atrás dos vendedores.

Outra anomalia de que todos se lembram: ao faltarem veículos e equipamentos, os usados passaram a valer mais do que os novos e nós, brasileiros, tivemos que nos sujeitar à criminosa cobrança de ágio. Hoje acontece o fenômeno, mas por motivo diferente: falta de componentes, como sofrem as montadoras de carros, e não pelo excesso de demanda.

Deu-se mal quem só enxergou a euforia, sem se dar conta de que o mercado é dinâmico e não se pode acomodar diante de uma situação favorável, tampouco de dificuldade do momento. O mercado não tem lugar para sonhadores, aqueles saudosistas que querem administrar sua empresa sem as ferramentas de gestão adequadas. Hoje, está em moda falar em CEO (chief executive officer), ou seja, o gerente-geral. Se ele é proprietário da empresa e os resultados são cinzentos, é hora de contratar um CEO profissional. 




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