Gustavo Zschaber
Turismólogo, diretor de produtos Nawii Turismo,
diretor de produtos no Driveness Experience,
CEO na Soluções em Viagens
Quando poderemos viajar novamente? Essa é uma pergunta que muitas pessoas estão fazendo já pensando nas férias e nos feriados de fim do ano. As dúvidas e expectativas dos viajantes são frequentes em tempos de pandemia. A boa notícia é que as campanhas de vacinação contra a COVID-19 seguem em todo o mundo. Além de proporcionar mais segurança e tranquilidade para o turista, a imunização está permitindo a reabertura de fronteiras para viajantes que já foram vacinados.
Uma modalidade que é tendência mundial e que tem despertado a atenção e curiosidade dos amantes de viagens é o turismo de experiência. São viagens com experiências exclusivas e individuais, que garantem histórias únicas. A ideia é escapar do lugar-comum, dos pontos turísticos famosos, dos roteiros maçantes e exaustivos e vivenciar algo que vai além do convencional. E, o melhor, é a viagem em que o turista deixa de ser turista para vivenciar atividades de aventura e muita adrenalina. De acordo com o Ministério do Turismo, geralmente, o público que procura esse tipo de experiência tem idade entre 35 e 50 anos, e pertence às classes A ou B.
Para entender um pouco mais sobre o turismo de experiência, vale ressaltar que no final do século 20, estudiosos passaram a prestar atenção em algumas mudanças no comportamento de consumo das pessoas e constataram que estava acontecendo uma mudança da lógica em que a produção industrial supre a necessidade de possuir coisas e o elemento principal da necessidade humana é o envolvimento emocional. Melhor dizendo, é quando o serviço deixa de ser comum como um passeio turístico e torna-se uma experiência inesquecível que gera emoção e participação.
Bastante conhecido no exterior, o turismo de experiência chegou ao Brasil há 15 anos por meio de projetos experimentais sob a coordenação do Ministério do Turismo e Sebrae na Região Uva e Vinho, no Rio Grande do Sul. O novo nicho foi levado para outras regiões do país, como Costa do Descobrimento (BA), Petrópolis (RJ), Bonito (MS) e Belém (PA).
Geralmente, as experiências únicas geradas neste segmento acontecem em uma comunidade de cultura diferente da sua. “Para viajar basta existir.” Essa famosa frase do poeta português Fernando Pessoa, com que particularmente me identifico, com certeza permite aos amantes do turismo adquirirem de forma única novos conhecimentos a partir de roteiros inusitados.
Sem dúvida, o setor do turismo está sendo uma das atividades econômicas mais afetadas pela pandemia e a procura por viagens nas agências ainda é bem tímida. Dados das companhias aéreas confirmam que a quantidade de passageiros no primeiro semestre deste ano ainda ficou 37,2% abaixo do nível de 2019. Em compensação, esse número é maior que no mesmo período de 2020. De dois meses para cá, a demanda de passageiros tem crescido absurdamente.