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Dia do Saci, mas muitos querem as bruxas

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Gregório José
Jornalista/Radialista/Filósofo
 
Para o brasileiro, 31 de outubro é, de fato, o Dia das Bruxas. Mesmo porque, poucos conhecem que, nesse dia, voltado ao folclore quase que mundial, é celebrado no Brasil o Dia do Saci.





Isso mesmo. A Lei Federal 2.762/2003, cuja autoria é do deputado federal Chico Alencar, serve para reverenciar as personagens míticas do folclore brasileiro. E, o mais famoso deles é, sem dúvida alguma, o saci-pererê.

O moleque tem suas estórias contadas desde a época da colonização, quando os indígenas falavam de um ser de uma perna só, preto e com cachimbo, e que fazia traquinagens com caçadores e “homens maus”. Com os portugueses ele ganhou um gorro vermelho. Ah! Para liberar o perseguido de suas garras, era preciso dar-lhe um punhado de fumo.

No entanto, ele apenas ganhou fama com Monteiro Lobato, que descreveu algumas figuras contadas e cantadas em verso.

Aliado a este ser alado (trocadilho meu) vieram outros seres sobrenaturais que povoam as mentes dos crédulos e dos medrosos. curupira, cuca, boitatá, cobra grande, vitória régia, cumadre Fulozinha, lobisomem (esse no mundo inteiro) e a mula sem cabeça, entre tantos outros.





Mas, a crendice em seres míticos ou não, que aparecem para assombrar as almas que fazem algum tipo de mal a outra pessoa ou que magoam os pais, se tornam “lendas urbanas”.

Quem nunca ouviu falar da “mulher de branco no espelho”; da Maria Algodão; do Velho do Saco; da Loira pedindo carona; enfim, são tantos personagens que, mais dia, menos dia, se tornarão seres do imaginário popular.

Porém, é bom lembrar que ainda não existe comprovação de que alguém foi encontrado numa banheira de gelo e que teve os rins furtados; ou o paciente que está internado em um hospital com uma doença misteriosa provocada por fazer sexo com cadáver...

Pelo certo e o duvidoso, fiquemos com nossos bons e velhos seres místicos de Monteiro Lobato.

Salve 31 de outubro, Dia das Bruxas! Dia do Saci! Dia de quem acredita que pé de coelho dá sorte, que ferradura de sete furos atrás da porta traz fortuna, e que é bom tirar o olho gordo com sal grosso e uma figa pendurada no pescoço. Ah! Toda sexta-feira é bom ter um raminho de arruda atrás da orelha e usar uma peça de roupa branca.
 
Dito isso, não creio em bruxas, mas que existem, existem.
 
Pé de pato, mangalô, três vezes! 




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