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Gravidez após os 40 anos é de risco, mas não é impossível

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Cláudia Navarro
Médica especialista em reprodução assistida

Ter filhos após os 35/40 anos é uma tendência da mulher moderna. As brasileiras, por exemplo, têm engravidado cada vez mais tarde, segundo pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgada em novembro do ano passado. Porém, a gravidez após 40 anos pode trazer alguns riscos, tanto para a mãe quanto para o bebê.





Em geral, a gestação após essa idade é de risco, pois o envelhecimento pode causar alguns problemas de saúde, como hipertensão, sobrepeso, obesidade, alterações de tireoide e diabetes. A gravidez tardia também aumenta as chances de complicações como diabetes gestacional, pré-eclâmpsia, prematuridade e malformações genéticas.

Dessa forma, o ideal é que a mulher busque engravidar de forma natural no auge de sua idade fértil. Isso porque, depois dos 35 anos, a qualidade dos óvulos cai naturalmente e a possibilidade de se ter um filho com problemas genéticos é maior. Entretanto, se engravidar após essa faixa etária for um desejo, existem alternativas para aumentar as chances de uma gestação saudável.

Uma delas é a escolha pelo congelamento de gametas. A preservação da fertilidade é uma das possibilidades que contribuem muito para melhores chances de gravidez em idade avançada. Mas não diminui as complicações maternas da gestação tardia.





Então, se a mulher está se aproximando dos 30/35 anos e não pretende engravidar tão cedo, ela pode aproveitar enquanto seus óvulos estão saudáveis e congelá-los. Depois, ela os usa no momento adequado por meio de fertilização in vitro. A coleta deve ser feita até os 35 anos e o limite máximo para transferir o embrião deve ser 50 anos, seguindo recomendação do Conselho Federal de Medicina.

Já quando a mulher não tem óvulos congelados para utilizar, há a opção de realizar o diagnóstico genético do embrião. Após a fertilização in vitro com seu próprio material genético, é feita uma biópsia embrionária e um exame de células. Esse exame permite um mapeamento cromossômico que vai analisar a saúde dos embriões. Assim, apenas aqueles que não tiverem essas alterações são selecionados para ser transferidos para o útero da mãe.

Em casos de mulheres que, por algum motivo, não podem gerar o filho no próprio ventre, há a possibilidade de optar pela barriga solidária. Ou seja, outra mulher, de grau de parentesco próximo, empresta seu próprio útero para receber o embrião fertilizado in vitro no laboratório.





Essa é uma alternativa para diversos casos relacionados à idade, como a mulher que congelou seus próprios óvulos, mas, depois de alguns anos, por algum motivo específico, não pode gerar no próprio útero; a mulher que tem óvulos saudáveis, mas, por problemas de saúde adquiridos com o tempo, pode ter uma gestação que ofereça risco de morte para mãe e bebê; ou a mulher que não tem óvulos saudáveis, nem pode gerar a criança.

O importante é que não existe fórmula. E cada tratamento é individual. Existem mulheres que não terão qualquer problema na gestação após os 40 anos, enquanto outras precisarão de muitos cuidados. De toda forma, o acompanhamento com médico especialista é fundamental.