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Ensino híbrido e urgência climática

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Norman de Paula Arruda Filho
Presidente do Isae Escola de Negócios, conveniado à Fundação Getulio Vargas, e
 membro do Comitê de Integridade da Rede 
Brasil do Pacto Global, da ONU
 
É inegável que a pandemia provocada pela COVID-19 causou uma crise mundial também na educação. Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), durante o momento pandêmico mais profundo, cerca de 1,6 bilhão de estudantes de escolas e faculdades tiveram o estudo interrompido e 31 milhões de alunos ainda seguem afetados. Dessa forma, o secretário-geral da ONU, António Guterres, convocou, pela primeira vez na história, uma Cúpula sobre a Transformação da Educação, que ocorrerá em setembro deste ano e reunirá líderes mundiais, jovens e interessados no tema.




 
 A educação executiva também foi afetada pela crise mundial. Escolas de negócios do mundo todo tiveram que se adequar em tempo recorde às novas tecnologias e a uma modalidade de ensino 100% virtual. Após dois anos, com o avanço da vacinação, conseguimos respirar mais aliviados aqui no Brasil e observar o retorno dos alunos à sala de aula. Em meio às inovações advindas, algumas serão permanentes, como o ensino híbrido e o despertar curricular para a urgência climática.
 
Sobre o ensino híbrido, considero que se tornará cada vez mais fluido com tecnologias que permitam aos acadêmicos alternarem entre o estudo presencial e o mundo virtual. Sobre as escolas de negócios estarem envolvidas no debate climático – bem, isso não é um acontecimento recente. Esse caminho tem sido pavimentado desde 2006, quando uma missão de líderes de escolas de negócios (com a minha participação inclusive) foi à ONU para a criação dos Princípios para a Educação Executiva Responsável, o PRME, que atualmente reúne mais de 800 escolas signatárias ao redor do mundo, com o propósito de tornar a educação executiva mais alinhada com a sustentabilidade e com os objetivos de desenvolvimento sustentável.
 
O PRME foi fundado em 2007 e, entre centenas de milhares de escolas de negócios no mundo, o número de instituições comprometidas formalmente com a ONU ainda é abaixo de mil escolas. Fico feliz ao ler inúmeras matérias sobre o despertar para a urgência climática das instituições de ensino superior. Há mais de uma década estamos de portas abertas para recebê-las. A crise só acontece porque um problema foi negligenciado. A cada evento de líderes mundiais, Guterres dá o recado: nosso tempo está acabando. Em cinco anos, as mudanças climáticas se tornarão irreversíveis. Temos que agir, desenvolver líderes e promover o debate urgentemente e com formações a curto prazo.