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Lusófonos, uni-vos contra a fome

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Gregório José
Jornalista, radialista, filósofo, pós-graduado em gestão escolar e em políticas públicas,  MBA em ciências políticas

Um comentário do secretário-geral da ONU, António Guterrez, apontando que a fome no mundo está cada vez maior vem levando muitos pesquisadores, cientistas e até economistas a reverem suas previsões para um mundo unificado e sem conflitos. Principalmente quando se vivencia um embate entre Ucrânia e Rússia.





O conflito pode colocar um peso a mais na crise de produção alimentar sem produtos químicos, na de energia elétrica (englobando todos os sistemas limpos ou não) e as finanças da maioria das nações, em principal as lusófonas.

Sem contar o desemprego e as mudanças de metodologias de trabalho, onde as indústrias buscam automação e os trabalhadores, com salários cada vez mais achatados, vão sendo inseridos em categorias menos relevantes da economia e vendo seus investimentos em alimentação serem reduzidos cada vez mais.

Com a mudança de hábitos alimentares acontece a desnutrição, principalmente infantil, e surge um novo cidadão, de compleição menor, franzino e com a saúde fragilizada. Isso entre homens e mulheres, indistintamente.





Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau e Moçambique são as nações lusófonas na lista com maiores números de afetados pela insegurança alimentar aguda nos últimos dois anos.

Acredita-se que mais de 1 milhão de angolanos entraram no rol das pessoas que sentem fome, unindo-se aos outros 35 milhões que vivenciam a crise há cinco anos, diminuindo refeições diárias ou vivendo com apenas uma.

O fator verificado em Moçambique tem mais a ver com eventos climáticos extremos, como tempestades tropicais, enchentes e chuvas torrenciais, que levaram a uma quebra de safra gigantesca e, com isso, arrastando milhares de pessoas para uma linha nutricional severa.





De outro lado, Cabo Verde registrou, mais uma vez, produção agrícola abaixo do necessário para atender à sua demanda interna.

Com isso, estima-se que quase 181 milhões de cabo-verdianos enfrentem situações de penúria alimentar.

Por fim, analisando estudo vindo de Guiné-Bissau, verifica-se que cerca de 30% das crianças encontram-se abaixo do tamanho e peso ideal. Esse crescimento infantil poderá criar guineenses com compleição mediana para baixo.

Mas o estudo não está concluído e, neste rol de nações com crises de produção alimentar, devem entrar países em conflitos internos por conta da política, principalmente advindos das Américas do Sul e Central.

Pensemos no próximo como a nós mesmos. Não podemos, e não devemos, ficar de braços cruzados enquanto um irmão morre de fome.