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Estado de Minas artigo

O valor do ativo humano

A diferença de sucesso está em quem sabe assumir o "risco calculado" e enxergar o futuro


09/06/2022 04:00



Gilson E. Fonseca
Consultor de empresas

As mais modestas percepções empresariais, há muito, já davam conta de que no Brasil, após crises, o país sempre carece de mão de obra especializada para fazer frente às necessidades quando há retomada da economia. Mesmo com a crise mundial, em Minas Gerais e no país, em vários setores sobram vagas, como na construção civil, agricultura, consultorias e especialmente na informática, que reagiram à crise gerada pela pandemia da COVID-19 e no conflito da Rússia x Ucrânia. Com poucas exceções, várias empresas falharam nos seus planejamentos e faz até parecer que as máquinas se movimentam sozinhas e não precisam de gente, porque neste ano há um corre-corre em busca de profissionais. Essa situação é resultante da atitude de muitos executivos que se preocuparam mais com os equipamentos e não fizeram o dever de casa em manter seus profissionais e em formar novos empregados.

Há também desconfiança dos empresários, pela perspectiva histórica de tantos planos econômicos fracassados por que o Brasil passou e levou muita gente à falência. A confiança de dois ou três anos atrás, quando a preparação para o crescimento deveria ser iniciada, é completamente diferente de hoje.  Planejar é, essencialmente, prever e, quando é necessário fazê-lo, o temor de investir sem retorno, muitas vezes exagerado, retarda as ações. A diferença de sucesso está em quem sabe assumir o “risco calculado” e enxergar o futuro.

Uma estratégia ruim é partir para a guerra em tirar funcionários dos seus concorrentes. Além da animosidade que essa circunstância cria, avilta os salários e esses novos empregados, sem amor à camisa,  nem sempre  oferecem o mesmo grau de comprometimento com os novos empregadores. Dedicar-se à formação, com a visão de que essa conta não é despesa, e sim investimento, ainda é uma das boas saídas. As escolas de nível médio e universitário podem ajudar muito, fornecendo estagiários e trainees para preencher lacunas de curto e médio prazos. Não há derrota maior para o empreendedor do que ver máquinas paradas por falta de operadores ou recusar trabalho por não ter gente suficiente para cumprir contratos.

Diante desta realidade, não é nenhum exagero imaginar que o valor de mercado de uma empresa, nos dias de hoje, deve ser examinado não só pelos números, patrimônio líquido, seu passivo, valor nominal das ações ou pela conta de clientes. Seu ativo contábil, agora, deve incluir o ativo humano. A empresa que tiver pessoal especializado em toda escala funcional, maior valor de mercado terá, porque dispondo desse precioso bem, custos de produção serão menores e consequente qualidade do produto final, seja de bens ou serviços, será muito maior, além da melhor chance de cumprir compromissos e permanecer no mercado. O que se espera é que a experiência amarga das crises modifique as relações do capital/trabalho e que todo planejamento contemple ações humanas multiformes, sem a arrogância das chefias em achar que só os empregados dependem da empresa.


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