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Estado de Minas artigo

Como as govtechs se relacionam com a política ESG

Já são mais de 700 startups que oferecem soluções em ESG no Brasil


11/06/2022 04:00



Diogo Catão
CEO da Dome Ventures  

A ESG (do inglês environmental, social and governance, e na tradução livre governança ambiental, social e corporativa), comumente utilizada para mensurar as práticas ambientais, sociais e de governança de uma companhia, deixou de ser um diferencial e passa a ser quase mandatória nas empresas. A preocupação com o meio ambiente, a governança e a sociedade como um todo impacta não apenas os consumidores que se preocupam com o bem-estar da sociedade e do planeta, mas também os investidores, que estão mais atentos a um crescimento de negócios sustentáveis, e os colaboradores, que visam se desenvolver em uma empresa saudável.  

Dessa forma, a ESG dá mais transparência para as instituições e impacta diretamente na imagem da empresa, pois esse compromisso se valoriza cada vez mais e faz com que as empresas que adotam essas práticas continuem competitivas diante da sociedade, sendo um dos pilares observados por investidores e consumidores. 

Na crista da onda estão as startups, jovens empresas com modelo de negócio repetível e escalável em um cenário de incertezas e soluções a serem desenvolvidas. Isso faz com que elas precisem estar atentas à ESG, já que a tendência é que os investidores busquem empresas que sigam essas diretrizes. Considerar um desenvolvimento sustentável costumava ser uma atitude à parte dos negócios, que pouco tinha a ver com a preocupação financeira. Hoje, essa atitude impulsiona o desempenho corporativo. Empresas com práticas de ESG têm uma visão de longo prazo. 

Para as startups também há benefícios financeiros, já que, com a ESG, startups de todos os segmentos têm linhas de créditos específicas, o que facilita a atração de recursos por meio do capital de risco, do financiamento coletivo ou de investidores-anjo. 

Saindo do âmbito geral de atuação e pensando no cenário govtech, naturalmente seus eixos estão alinhados com a ESG: meio ambiente, sociedade e governança. Isso se deve ao fato de que, nesse caso, a startup está vendendo uma solução para o governo, e o setor público tem compromisso direto com a população. O impacto positivo no setor público acaba impactando a sociedade e o meio ambiente.  

Há uma relação intrínseca também entre as govtechs e as práticas ESG: muitas startups acabam criando soluções que visam melhorar a governança, a questão ambiental e social. Dessa forma, acabam contemplando a ESG em seus próprios produtos. A importância que destaco aqui está relacionada à existência de diversas govtechs que têm como eixo prioritário atender às questões de ESG e podem utilizar essas práticas para melhorar sua gestão como um todo. 

Pensando nos pontos de convergência entre ESG e govtechs, alguns dos pilares são reduzir danos ao meio ambiente, atuar de maneira sustentável e adotar as melhores práticas administrativas. Nesse ponto, é possível mencionar, por exemplo, os sistemas de gestão integrada, que adotam a política do papel zero nas prefeituras, com foco em melhorar a questão ambiental, social e de governança de uma única vez.  

Não à toa, já são mais de 700 startups que oferecem soluções em ESG no Brasil, e, embora o pico do nascimento desse tipo de empresa tenha ocorrido de 2015 a 2018, atualmente, elas estão mais maduras e começam a chamar a atenção dos investidores: 90% do volume investido em ESG Enablers ocorreu entre 2017 e 2021. Basta ficarmos atentos e prestar atenção a como esse movimento seguirá daqui pra frente. 


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