Luiz Guilherme Calderon
Faculty American Heart Association - International
Training Center Tertius, CEO Terzius,
vice-presidente do Grupo HNe
O número de mortes no Brasil por doenças do coração é expressivo e assustador. Mais de 1.100 pessoas morrem por dia por doenças cardiovasculares, problemas do coração e da circulação. Isso significa que cerca de 46 pessoas morrem por hora, e uma pessoa morre a cada 1,5 minuto. Só em 2022, são mais 190 mil pessoas vítimas de paradas cardiorrespiratórias.
Durante a pandemia, o número de mortes por parada cardíaca subiu 132%, aumentando ainda mais a estatística, segundo levantamento da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro e a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). Segundo a SBC, estima-se que até 2040 haverá um aumento de até 250% dessas mortes no país.
A morte súbita cardíaca acontece de forma instantânea, inesperada, causada pela perda da função do músculo cardíaco. Na maioria das vezes, ela está associada a dois tipos de miocardiopatia: hipertrófica, quando há um aumento no tamanho do músculo cardíaco e que causa arritmia; e displasia arritmogênica do ventrículo direito, quando as células do músculo cardíaco morrem e são substituídas por células gordurosas, sem relação com o alimento.
O fato é que existem muitos casos de arritmias cardíacas na população brasileira, principalmente em pessoas idosas. De modo geral, a arritmia cardíaca pode ser diagnosticada em qualquer pessoa, seja um recém-nascido, um jovem, um esportista, independentemente de faixa etária, sexo ou condição socioeconômica.
Diante de tantas mortes vítimas de paradas cardiorrespiratórias, diversas empresas privadas, ONGs e associações estão dando cursos de forma educativa, explicando à população leiga como realizar as manobras de ressuscitação cardiopulmonar e a importância dos desfibriladores externos automáticos (DEAs) em locais públicos, como por exemplo aeroportos, escolas, e até mesmo nas ruas. Esses dados alarmantes podem diminuir com a ajuda dos socorristas voluntários e o treinamento de leigos no auxílio às vítimas em casa ou na rua.
Na maioria das ocorrências, a morte súbita pode ser reversível se tratada rapidamente com um choque elétrico aplicado no peito por um aparelho chamado DEA e associado a manobras de ressuscitação, como as compressões torácicas, popularmente conhecidas como massagem cardíaca. Vale ressaltar que a cada minuto que se passa sem o socorro devido, a chance de uma vítima se recuperar diminui em 7% a 10%. A morte cerebral e a morte permanente ocorrem entre 4 e 6 minutos após a parada cardíaca. Fica o alerta!