Jornal Estado de Minas

editorial

Meio ambiente e a política

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Há décadas, cientistas e climatologistas alertam governos de todo o mundo para a necessidade de mudança nos sistemas produtivos e no relacionamento com o patrimônio natural. O aquecimento global tem provocado eventos climáticos extremos no planeta, que levam milhares à morte, sem contar com danos materiais nas áreas devastadas.




No início deste ano, as chuvas intensas que castigaram Petropólis deixaram 238 mortos e destruíram a cidade, com centenas de pessoas desabrigadas. No Nordeste, as tragédias por temporais começaram no fim de 2021 e se estenderam ao longo dos primeiros meses deste ano. Na Bahia, os transbordamentos de rios afetaram 116 municípios, fizeram 20 óbitos e mais de 30 mil pessoas ficaram ao relento com a perda de suas casas.
 
Tais tragédias são recorrentes a cada ano, em todas as regiões, seja pelo fogo, seja pela água ou pela seca. Em várias delas, identifica-se a negligência do poder público em relação às medidas preventivas exigidas. Prevaleceu o famoso “deixa pra lá”, sobretudo em relação às camadas mais pobres da sociedade. Seja em qualquer região do país, a questão ambiental é o elo que une a maioria dos dramas provocados por fenômenos climáticos.
 
Em 16 de agosto, será dada a largada para a corrida eleitoral. Candidatos de diferentes matizes ideológicos vão disputar vagas nos legislativos federal (deputados e renovação de um terço do Senado) e estadual, governadores e Presidência da República. Nesse processo, em curso desde  o ano passado, é fundamental que o tema meio ambiente seja uma das referências dos programas dos candidatos, tanto para o Legislativo quanto para o Executivo.




 
Meio ambiente não se restringe à preservação das florestas, dos cursos de água. Esses elementos são fundamentais à preservação da vida. Mas o tema perpassa e faz interface com educação, ciência, tecnologia, saúde, saneamento básico, habitação, transporte, segurança pública, eliminação das desigualdades sociais e econômicas.
 
Desde a redemocratização do país, as sucessivas eleições são recheadas de promessas e compromissos que não se cumprem, a fim de garantir o bem-estar de todos os cidadãos. A cada governo, os privilegiados social e economicamente são os mais beneficiados. A pandemia de COVID-19 escancarou distâncias abissais que caracterizam os mais diferentes brasis.
As propostas dos candidatos devem contemplar medidas que, efetivamente, sejam transformadoras, considerando os quesitos indispensáveis a uma mudança na qualidade de vida das pessoas para melhor. Causa inconformismo saber que a fome é dor diária de mais de 33 milhões de pessoas. Não faz sentido o país ter concebido um invejável sistema de saúde, mas ser comum cidadãos morrerem na porta de hospitais, além de faltar escolas para crianças e adolescentes.
 
Postergar a implementação de saneamento básico representa bloquear o acesso a água potável para grande parte de brasileiros vulneráveis a doenças por contaminação hídrica. O novo momento permite que todos os eleitores possam rever escolhas e se tornem protagonistas da construção de um Brasil equilibrado, com oportunidade de vida melhor para todos.