Caíto Cyrillo
CEO da TRIO
Com o ESG em pauta, as empresas têm visto que, além da necessidade de aplicação social do tema, o assunto também traz engajamento no relacionamento entre marca e cliente. Segundo um ranking da agência Lew'Lara TBWA, em parceria com a DCode, sobre reputação das empresas nas práticas ESG, o pilar ambiental é o mais lembrado pelo brasileiro na hora de decidir se relacionar com uma determinada marca.
De acordo com o levantamento, 42% da população geral acredita que as práticas ambientais de uma companhia sejam o aspecto mais importante na hora de escolhê-la, enquanto 32% das pessoas mencionam o tópico social e 25% dos entrevistados citam as ações sobre governança, que na pesquisa foi traduzido como “ética honestidade nos negócios”.
A consultoria Walk The Talk by La Maison divulgou uma pesquisa realizada com pessoas entre 16 a 64 anos, das cinco regiões do Brasil, e pediu a percepção sobre o posicionamento e ações de 50 empresas que são representativas em suas categorias. O estudo revela que 94% dos brasileiros esperam que as empresas façam algo sobre ESG e acreditam que a instituição tem obrigação de fazer algo relacionado aos problemas de sustentabilidade.
O fato é que voltar a atenção aos conceitos ESG, por um tempo, não esteve na missão nem nos ideais de alguns empresários. O objetivo de ganhar dinheiro a qualquer custo, fruto do sistema capitalista, fez com que pessoas e negócios, ao longo da história, conscientemente ou não, deixassem isso de lado. Porém, hoje, o consumidor quer aliar a negócios e marcas que ofereçam mais do que um produto, e, sim, boas práticas. Com isso, assuntos sobre sustentabilidade, proteção e ética ambiental voltaram a ser discutidos e tomaram o espaço merecido no factual.
Quem vive no mundo corporativo sentiu os impactos do ESG nos negócios e tirou a prova viva de que a forma de consumir dos clientes está mudando rapidamente e era hora de se adaptar para continuarem relevantes. Dessa forma, as empresas puderam entender que não apoiar a cultura de um mundo mais verde, além de não ajudar o meio ambiente, favorece sua desvalorização.
Um meio para fazer isso, e, claro, usufruindo do que tem de mais novo, é por meio da tecnologia das criptomoedas. A partir de um token chamado Moss.Earth, disponibilizado na cadeia de blockchain, de forma totalmente digital, companhias como Gol, iFood, TRIO, Hering e Arezzo se conectam a um projeto de conservação ambiental ligado ao manejo florestal da Amazônia, cujo incentivo é ajudar também as comunidades da região.
O projeto Agrocortex, por exemplo, previne o desmatamento na Amazônia, ajudando na preservação da biodiversidade, fauna e recursos hídricos locais. Assim, prevê evitar a emissão de 483.594 toneladas de CO2 por ano, de modo a conservar uma área de 186.369,66 hectares.
A TRIO começou há cinco anos com metas anuais de redução do consumo de energia e água, e, agora, o foco está também na redução de carbono. Através do Moss.Earth foi possível neutralizar a pegada de 2021 com a compensação de cinco créditos de carbono, o que equivale a cinco toneladas de CO2 que foram evitadas de ser emitidas na atmosfera.
O próximo passo para continuar com o planejamento de ajudar a sociedade a entender a seriedade e compromisso com o tema está nas parcerias com os clientes para seguirem o mesmo caminho e patrocinar projetos sustentáveis, além de que a produtora está disposta a desenvolver projetos 100% carbon free até 2023.
Num futuro breve, é nítido que as empresas que não pensarem no meio ambiente, e no ESG em geral, além de não contribuírem para a sua própria preservação deixarão de fazer negócios e estabelecer confiança entre marca e consumidor. Assim, quem sabe, elas vão entender forçadamente que tudo o que se planta, de uma forma ou de outra, floresce.